O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), reforçou as críticas já feitas pelo governador Mauro Mendes (UB) ao modelo atual das emendas parlamentares impositivas, classificando o sistema como uma "deformidade" na gestão pública. A fala ocorreu durante assinatura da ordem de serviço para a reforma e restauração do imóvel da antiga Fundação Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa (Cridac), na última sexta-feira (17).
“Infelizmente no Brasil você criou essas emendas parlamentares, que é uma inversão de valores, o parlamento passa a ser ordenador de despesas, isso gera deformidades, gera todo tipo de transtorno e não atende, grande parte dos recursos não atende aquilo que o povo espera. Infelizmente, hoje funciona assim e eu espero que o Brasil consiga vencer isso”, afirmou Pivetta durante entrevista coletiva.
A declaração de Pivetta responde à pressão de deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que cobram o pagamento das emendas impositivas, que estariam suposamente atrasadas. Recentemente, o próprio Mendes reagiu ao tema dizendo que os parlamentares estariam "chorando de barriga cheia".
Pivetta endossou essa visão, argumentando que o papel do Legislativo deve ser o de fiscalizar e aprovar o orçamento, não o de indicar despesas diretamente.
“Concordo com o governador. Os deputados estão chorando de barriga cheia. O orçamento é aprovado pela Assembleia, e quem executa é o Executivo”, reforçou ai indicar a necessidade de mais autonomia para o Executivo.
Ainda no assunto de orçamento, sobre a possibilidade da Lei Orçamentária Anual (LOA) estar subestimanda, como apontam alguns deputados, Pivetta defendeu a equipe econômica do governo. Ao afirmar que as açoes da gestão atual recuperaram a capacidade de investimento em Mato Grosso.
"Se o presidente (da Assembleia, deputado estadual Max Russi) está dizendo que não está certo, cabe aos deputados analisarem e tirar uma conclusão disso. Eu confio muito na nossa equipe, nossa equipe econômica liderada pelo (secretário de Fazenda) Rogério Galo, que é quem devolveu ao Estado de Mato Grosso a capacidade de investir e que nos permite desde 2021 investir quase 20% do orçamento", concluiu.
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