Os servidores do Judiciário anunciaram uma paralisação para esta quarta-feira (5) como reação à resistência da Assembleia Legislativa em votar o reajuste para a categoria. Nesta quarta, durante reunião da Comissão Constituição Justiça e Redação (CCJR), o deputado Dr. Eugênio (PSB), pediu vista do projeto de lei (PL), adiando qualquer deliberação para a próxima semana.
"Hoje vamos para todas as atividades do Judiciário. Começamos hoje a paralisação e se, na próxima semana, não colocarmos fim nessa questão, podemos definir greve por tempo indeterminado", falou o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues.
Eugênio justificou que pediu vista do projeto para que o texto possa ser analisado pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), o que gerou ainda mais descontentamento na categoria, uma vez que o recurso sairia diretamente dos cofres do TJ. "Não vamos admitir isso. Hoje foi um desrespeito. Querem mandar no orçamento do Judiciário", criticou Rosenwal.
Além dos representantes da categoria e do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador José Zuquim Nogueira, os desembargadores Orlando Perri e Carlos Alberto, ambos ex-presidentes da Corte, também reforçaram o time do Judiciário na reunião. Recentemente, Zuquim afirmou que não recuará do projeto.
O PL, que prevê 6,8% de reajuste para os servidores do Judiciário, foi aprovado em primeira votação, numa sessão marcada por confusão. Deputados da base tentaram tumultuar o plenário, mas acabaram se atrapalhando e aprovando o projeto, mesmo sob orientação contrária. Os parlamentares chegaram a pedir a revisão do resultado, mas o presidente da AL, deputado Max Russi (PSB), informou que não era possível.
O que se sucedeu foi uma pressão para travar o projeto enquanto a classe política se articula nos bastidores. A expectativa é de que, caso seja aprovado, o PL, que concede reajuste de 6,8% aos servidores do Poder Judiciário, sofra alterações e só entre em vigência após fevereiro de 2026. A preocupação do governo é com o impacto nas contas, estimado em R$ 42 milhões só no primeiro ano, além do efeito cascata que pode levar ao reajuste de outras categorias.


















