A presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), detalhou ao HNT TV que na primeira reunião em busca de apoio à chapa feminina foi desencorajada por um vereador - que ela não revelou o nome. Ácido e direto, o vereador tentou dissuadi-la de pleitear o comando da Casa de Leis afirmando que aquele "jogo não é para mulheres". A primeira-secretária, Katiuscia Mantelli (PSB), a acompanhava. Segundo Paula, ambas entraram em "choque".
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"Nós levamos um choque", lembrou Paula
"O primeiro vereador que a gente visitou, falou assim: 'esse jogo não é para vocês, mulheres'. E nós já levamos um choque. Mas conversando, conseguimos", falou Paula Calil.
Embora a reação a tenha impactado, Paula revelou que aquele comportamento a provocou a continuar. "Eu não desisto", asseverou. As reuniões foram intensificadas e Paula se aproximou do "G6", grupo com seis vereadores que também buscavam a mesa diretora. Mais à frente, eles se afastariam e a única mulher eleita que resistia a estar com a mesa feminina - Baixinha Giraldelli (Solidariedade) - cedeu. "Não foi uma caminhada fácil, foi difícil, foi desafiadora", lembra.
Camila Ribeiro/HNT TV

A pressão contra a chapa feminina fez Paula repensar a conjectura, abrindo espaço para que vereadores entrassem, formando uma chapa mista. "Vamos abrir, vamos fazer uma mesa mista", pensaram as sete mulheres que formavam o grupo. Mas impulsionadas, principalmente, pelo prefeito Abilio Brunini (PL) que estava na retaguarda das articulações, Paula manteve a composição.
"A gente tinha que partir do zero, mas nós já chegamos, aí eu pensei assim, nós já chegamos até aqui. Eu não vou desistir, falta pouco".
A mesa diretora feminina é um marco histórico na política de Mato Grosso e do Brasil, sendo a primeira composição com a participação exclusiva de mulheres.
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