O Governo de Mato Grosso deve concluir até sexta-feira (25) o orçamento detalhado do projeto que prevê a construção de um túnel no Portão do Inferno, na MT-251, estrada que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. A nova proposta surge depois que a região passou a registrar fortes instabilidades e risco de desabamento, o que levou o Estado a descartar o antigo plano de retaludamento, que consistia em cortar parte da rocha para reduzir a inclinação do paredão.
A informação foi confirmada pelo secretário de Infraestrutura, Marcelo Oliveira, durante audiência pública realizada no início desta semana na Assembleia Legislativa. Segundo ele, um orçamento preliminar já foi apresentado, mas ainda será contratada uma consultoria especializada em grandes obras para avaliar a viabilidade técnica e financeira do projeto. O prazo estimado para a execução é de cerca de um ano.
“Se tudo der certo, entre quinta e sexta-feira estarei com o orçamento detalhado”, afirmou o secretário, ao responder o deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), vice-presidente da Comissão Permanente de Infraestrutura da ALMT.
Marcelo também alertou para a gravidade da situação no local. Estudos técnicos indicam movimentações constantes no paredão, o que representa risco para quem trafega pela rodovia. “Instalamos um sismógrafo que mostra as pedras se mexendo por até 12 horas após a passagem de um ônibus ou caminhão”, relatou.
O secretário reforçou que a intervenção é complexa e requer cautela. “A obra sai, mas eu não sei a que preço. Por isso, não vou falar nada sem ter certeza. Se for executada sob minha gestão, vou contratar uma consultoria, de onde for preciso, de São Paulo, da China, de onde for, para analisar todas as possibilidades. Não quero, no futuro, responder por irresponsabilidade”, afirmou.
Durante a audiência, ele também comentou sobre o andamento da pavimentação da estrada que liga Chapada ao distrito de Água Fria. “Se tudo der certo, entregamos a rodovia até o final do ano, em dezembro”, disse, demonstrando otimismo.
TRANSTORNOS
Enquanto isso, moradores e comerciantes de Chapada dos Guimarães enfrentam transtornos desde o fim de 2023, quando as intervenções começaram. Elzeni Azevedo, comerciante no centro da cidade, contou que o custo do transporte aumentou devido à necessidade de usar rotas alternativas.
“Muitas vezes, as entregas precisam vir por Campo Verde ou pela estrada de Água Fria, já que veículos com Peso Bruto Total acima de 29 toneladas não podem passar pelo Portão do Inferno”, explicou.
“Impactou bastante não só os comerciantes, mas toda a população chapadense. Toda a cidade está envolvida negativamente nesse cenário do Portão do Inferno”, desabafou a moradora.
Com a aproximação dos feriados e das festas de fim de ano, além do Carnaval de 2026, Chapada dos Guimarães deve receber um grande fluxo de turistas, o que aumenta a preocupação com a segurança e o tráfego na rodovia.
