O deputado Eduardo Bolsonaro voltou a criticar, nesta segunda-feira (1º), a possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ser o representante do bolsonarismo nas urnas em 2026. A crítica vem dois dias após o gestor estadual dizer que assinaria um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro como primeiro ato de um eventual governo dele no Palácio do Planalto.
Em entrevista ao jornalista Cláudio Dantas, o parlamentar disse que o governador não tem o perfil de combate ao establishment que os bolsonaristas buscam para 2025. O filho do ex-presidente está nos Estados Unidos negociando sanções contra o Brasil em troca de uma anistia ao pai.
Eduardo Bolsonaro também disse não ver problema na possibilidade de a direita ter diferentes nomes nas urnas, como os governadores Ronaldo Caiado (Goiás) e Romeu Zema (Minas Gerais), desde que Jair Bolsonaro também possa concorrer.
O ex-presidente está inelegível até 2030 e cumpre prisão domiciliar. Ele ainda pode ser condenado no julgamento da trama golpista, que começa nesta terça-feira (2), no STF.
Na entrevista, Eduardo Bolsonaro também aventou a possibilidade de ele próprio disputar a presidência da República no ano que vem. Mas, destacou que, para isso, deve trocar de partido. Segundo ele, o PL quer direcionar uma candidatura para Tarcísio de Freitas - o que, segundo ele, é um atropelo.
Tarcísio nacionaliza discurso
No final de semana, o governador Tarcísio de Freitas disse ao Diário do Grande ABC, que daria indulto a Bolsonaro na primeira hora de governo porque, para ele, tudo que está acontecendo é absolutamente desarrazoado. Tarcísio disse que não confia na Justiça e, apesar de aventar sobre um eventual primeiro dia de mandato, disse que não pretende concorrer à presidência no ano que vem.
Nesta segunda, o jornal O Globo relatou que essa nacionalização do discurso de Tarcísio teve aval do ex-presidente, com objetivo de consolidar Tarcísio como candidato e como costura pela aprovação da anistia no Congresso Nacional.