A vereadora Maysa Leão (Republicanos), que integra a Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá como 2ª secretária, reforçou que a Casa não irá tomar medidas contra os vereadores Sargento Joelson (MDB) e Chico 2000 (PL), afastados pela Operação Perfídia, enquanto não receber oficialmente o inquérito que embasa as investigações.
“A Câmara não é Judiciário. Câmara pode e deve [agir], já cassou vereadores antes de processo judicial concreto, mas a gente precisa ter materialidade. Não somos justiceiras. A gente não pode pegar algo sem materialidade, abrir e cassar uma pessoa com base num print de WhatsApp”, declarou em entrevista à Rádio Capital FM nesta segunda-feira (17).
A Operação Perfídia, deflagrada no mês passado pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), levou ao afastamento dos vereadores Sargento Joelson e Chico 2000 que, à época dos fatos investigados, presidia a Casa. Ambos são suspeitos de usarem os próprios gabinetes para a negociação de propinas.
Mesmo após a gravidade das denúncias, um pedido de abertura de comissão processante contra Chico 2000 foi rejeitado por unanimidade no plenário no início deste mês. Maysa afirma que não há intenção de blindar ninguém, mas sustenta que qualquer medida precisa estar respaldada em documentação oficial.
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“O processo corre em sigilo. Eu poderia pedir para um jornalista amigo me enviar o processo e a gente abrir uma comissão processante em cima de um documento que foi enviado de forma extraoficial. Para os jornalistas, tudo bem, vocês não incorrem em ilícito nenhum. Mas nós, enquanto Casa Legislativa, só podemos abrir algo quando esse documento nos é formalmente entregue”, explicou.
A vereadora também revelou que a Câmara já solicitou acesso ao inquérito à Polícia Civil, mas teve o pedido negado sob justificativa de que o compartilhamento poderia prejudicar outras investigações em andamento. “Se a delegacia enviar para gente antes, podemos abrir a processante antes. Mas quando se trata de Justiça e de polícia, nos cabe obedecer”, completou.