Um vídeo recebido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) revelou detalhes explícitos da ação que culminou na morte de Geovane Matias Maciel, 19 anos, atingido por disparos efetuados por um policial militar em março deste ano.
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Inicialmente apresentado como morte decorrente de intervenção policial, o caso tomou novos rumos. As imagens, enviadas de forma anônima, mostram de forma explícita o momento em que um policial militar atira no homem enquanto ele está imobilizado com as duas mãos presas por uma algema.
Antes da existência do vídeo ter sido revelada, o Inquérito Policial inicial havia sido concluído e remetido à Justiça de Bom Jesus, fundamentado nos depoimentos dos quatro policiais militares envolvidos e de uma testemunha.
Aos investigadores, eles relataram resistência à prisão e agressão de Geovane com uma faca contra um dos policiais, que reagiu a tiros.
Entretanto, em 23 de Junho, a Polícia Civil recebeu do Ministério Público uma denúncia anônima via Internet, acompanhada de vídeo. Essa nova informação alterou substancialmente o curso das investigações, pois a imagem indica que o jovem já estava detido e algemado no momento em que foi atingido por dois disparos de arma de fogo.
Por meio de nota, a PCRS informou que, diante dos elementos, a Polícia Civil instaurou novo Inquérito Policial, extraordinariamente pela Delegacia de Polícia de Vacaria, sob a presidência do Delegado Anderson Silveira de Lima.
“É fundamental ressaltar que a Polícia Civil tem a atribuição legal para investigar crimes dolosos contra a vida praticados por militares em serviço. A Justiça de Bom Jesus foi prontamente comunicada sobre a existência dos novos fatos e da instauração do novo Inquérito Policial. Diversas diligências já foram realizadas na nova Investigação e outras estão em curso”, informa a nota.
O vídeo crucial para a investigação foi encaminhado ao Departamento de Criminalística para perícia, assim como as armas utilizadas pelos policiais e projéteis extraídos no exame de necropsia.
Atualmente, os quatro Policiais Militares envolvidos são lotados na Organização Policial
Militar (OPM) de Bom Jesus, e foram afastados de suas funções pelo Comando Regional.
Geovane, de 19 anos, possuía mandado de prisão preventiva por violência contra sua ex-companheira, sendo suspeito de incendiar a casa dela dois dias antes de ser morto. O fogo consumiu toda a residência da mulher e de um de seus vizinhos.
Ele também foi apontado como autor do furto de uma motocicleta e de uma propriedade rural, também na véspera de sua morte.
Enquanto adolescente, Geovane foi investigado por diversos atos infracionais, incluindo ameaças, furtos e roubos, sendo o mais grave um latrocínio, quando matou um homem de 39 anos com um tiro de espingarda durante um roubo.
O novo Inquérito Policial deve ser concluído em trinta dias, quando será remetido à Justiça.