A rede de laboratórios Bioseg, alvo da Operação Contraprova, da Polícia Civil contratos com diversos órgãos públicos como a Prefeitura de Cuiabá, Câmara Municipal e Prefeituras de cidades do interior do Estado. Durante os mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (15), policiais civis encontraram anotações milionárias, que atingem a cifra de R$ 100 milhões.
Na ação, o biomédico e um dos sócios da empresa, Igor Felipe Gardes Ferraz, foi preso por falsificar resultado de exames. As amostras eram sequer analisadas e em seguida descartadas. Os pacientes recebiam resultados dentro da normalidade e sem apontar qualquer doença. Igor também atua como assessor parlamentar de um vereador da Capital.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp
A empresa recebia e coletava amostras de material biológico, incluindo secreção de pacientes de home care, realizando ainda exames de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites. Os laboratórios possuíam unidades nos municípios de Cuiabá, Sinop e Sorriso.
Em coletiva de imprensa, o delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Rogério Ferreira, explicou que além das anotações com os valores, as autoridades também encontraram nomes de vereadores. Isso, no entanto, não significa que os parlamentares tenham envolvimento no crime.
“Foram encontradas anotações com o nome de diversos vereadores de Cuiabá. Isso não quer dizer que esses vereadores tenham envolvimento com os fatos praticados pelo laboratório. Uma vez que a Câmara de Vereadores possui contrato com a empresa, é possível que essa lista com o nome dos vereadores signifique que eram gabinetes para os quais a empresa prestava serviço por meio do contrato com a Câmara de Vereadores”, pontuou.
A investigação foi iniciada depois de uma denúncia anônima e ganhou ainda mais força quando médicos prestaram depoimento e informaram que ficaram desconfiados ao receber alguns dos exames feitos pela empresa, justamente por não serem condizentes com o quadro de saúde o paciente.
“Nós já sabemos, por meio de depoimento de médicos, que esses resultados não condiziam com o quadro clínico que esses pacientes apresentavam e que isso já vinha levantando uma suspeita. Nós agora vamos investigar para ver toda a profundidade dessa conduta delituosa, todos os fatos criminosos praticados por esses sócios e poder apurar com mais clareza o envolvimento de terceiros”, afirmou Ferreira.
O temor é que os falsos laudos tenham prejudicado diversos pacientes, principalmente do Sistema Único de Saúde (SUS) justamente pelos convênios com as prefeituras. A Bioseg atendia aproximadamente 400 pacientes em todo o Estado e cerca de 50 pessoas diariamente.
LEIA MAIS: Polícia desmonta rede que vendia exames falsos sem análise em MT; veja nome