Oito servidores da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat) foram afastados após a deflagração da Operação 'Poço Sem Fundo', que apura o desvio de R$ 22 milhões em contratos para perfuração de poços artesianos. A medida consta na Portaria Nº 050/2025, publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (9).
Os servidores afastados foram: Jeferson Wagner Ramos; Francisco Holanildo Silva Lima; Wilce Aquino de Figueiredo; Gustavo Sampaio de Siqueira; Matheus Del Negro Oliveira; Izaías Mamoré de Souza; Ismael Martinho de Souza Ramos e Monadia Escobar Alencar. Todos eles já constavam na lista de alvos da operação, com exceção de Matheus Del Negro.
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Os servidores também foram proibidos de acessar as dependências da Metamat inclusive prédios próprios e locados, unidades externas, arquivos, sistemas digitais, contas de e-mail e quaisquer meios de comunicação institucional.
Além disso, cumprindo uma decisão judicial, a Metamat suspendeu todos os pagamentos previstos ou empenhados às empresas-alvo. São elas: Tecnopoços Perfurações de Poços Artesianos; Uniko Engenharia e JM Perfurações de Poços Artesianos.
A ação policial foi deflagrada na quinta-feira (8) e apura a atuação de um grupo que, em tese, desviava valores em contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023, com objetivo de promover o abastecimento de água em comunidades rurais de Mato Grosso. As empresas deveriam construir poços artesianos e garantir distribuição da água para os moradores próximos.
Contudo, as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram inúmeras irregularidades, como poços que não foram encontrados nos locais indicados ou poços que foram perfurados sem condições de armazenamento da água, e até mesmo casos em que os próprios moradores das comunidades rurais improvisavam modo rudimentar para acessar a água do poço.
Foram identificados poços que teriam sido construídos dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, garimpos e até dentro de uma granja, além de outros em áreas urbanas, em completo desvio ao objetivo de atender comunidades rurais.
Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou que houve diversas falhas durante a execução das obras e fiscalização, que resultaram no pagamento pela perfuração de poços secos ou improdutivos.
Ao todo, foram expedidas 226 ordens judiciais nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, sendo 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis e de 79 bens móveis, além de bloqueios bancários de valores das contas dos investigados e das empresas, no valor estimado ao montante do prejuízo gerado.
Também são cumpridas outras medidas cautelares, como afastamento de função pública.
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