A investigação da Polícia Civil revelou novos detalhes sobre o homicídio de José Wallef dos Santos Lins, executado em agosto deste ano em Várzea Grande. O caso voltou ao foco nesta sexta-feira (5), durante a operação Ditadura Faccional CPX, que cumpriu mandados contra suspeitos envolvidos em homicídios cometidos pela facção que domina a região.
Conforme o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Wallef não era o alvo inicial da ação criminosa. Ele teria sido morto após se aproximar para observar a punição conhecida como “salve”, aplicada por integrantes da facção em outro morador da comunidade.
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Ao se aproximar, os criminosos questionaram se ele fazia parte do grupo. Ele negou. Mesmo assim, passou a ser investigado pelos faccionados. “Quando viram a tatuagem do ‘Tio Patinhas’, começaram a desconfiar. Depois o despiram e encontraram outro desenho que fazia referência ao número três, ligado ao PCC”, explicou o delegado.
A partir daí, os criminosos tentaram confirmar se Wallef era integrante da facção rival. A situação escalou e os faccionados chegaram a sequestrar a esposa e o filho da vítima para pressioná-lo. Segundo a polícia, a mulher foi coagida a desbloquear o celular do marido. Como ela não forneceu a senha, foi violentamente agredida. “Eles quebraram o braço dela durante as ameaças”, relatou Farias.
O delegado afirma que o domínio da facção na região impunha terror constante aos moradores, independentemente de terem ou não envolvimento com o crime. Ele citou ainda um segundo caso descoberto durante as investigações: o assassinato de uma travesti, cujo corpo desapareceu e nunca foi localizado.
“As pessoas viviam completamente à mercê deles. Era uma rotina de violência que fugia do normal até para nós, que atuamos em homicídios”, disse Farias. A operação desta sexta-feira cumpriu mandados de prisão temporária e busca e apreensão. Os envolvidos seguem sendo investigados pela Polícia Civil.















