O homem preso em flagrante por manter a própria mãe, de 72 anos, em cárcere privado por 15 anos, e usar indevidamente o dinheiro da pensão dela, afirmou à Polícia Civil que a idosa “é difícil de lidar” e que “nunca foi uma boa mãe”. Apesar das justificativas, ele admitiu estar errado “por ser filho e ela, uma idosa”.
Demetrius Emerson de Farias de 49 anos, foi autuado por crime contra a pessoa idosa, com base na Lei Maria da Penha. Em depoimento, ele contou que desde 2003 administra a pensão da mãe — benefício deixado pela avó — e alegou que metade do valor era destinada ao plano de saúde da idosa, enquanto ele ficava com apenas R$ 500.
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Investigadores da Seção de Atendimento à Mulher da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) também ouviram uma testemunha que relatou ofensas frequentes à vítima. Segundo o depoimento, Demetrius dizia frases como: “Morre, sua velha. Não vai fazer falta aqui. Não presta pra nada”.
A mulher, que vivia sozinha e chorava com frequência, era vista com hematomas nos braços. Uma das testemunhas afirmou que um dos ferimentos ocorreu após uma discussão com o filho. Outra pessoa próxima contou que, certa vez, ao tentar retirar seis sacos de lixo acumulados na casa, Demetrius quase agrediu a mãe.
De acordo com os relatos, ele também impedia que a idosa comprasse um novo fogão ou realizasse exames oftalmológicos, mesmo após perda recente da visão. Em 2024, teria viajado ao Rio de Janeiro para assistir a um show de Madonna usando o dinheiro da mãe, deixando-a sozinha por quatro dias.
Entenda o caso:
- A mulher nessa quinta-feira (9/10) na QR 208, em Samambaia.
- Ela era mantida presa em um casa totalmente tomada por entulhos e em condições insalubres.
- A vítima relatou que, além de sofrer agressões verbais, não tinha acesso à própria pensão de R$ 5 mil, que era administrada pelo filho.
- Segundo a vítima, ele decidia como gastar o dinheiro, e ela se alimentava apenas de panetones, leite e água da torneira.
Casa cheia de entulhos
Roupas e caixas estavam espalhadas por todos os cômodos. O banheiro, a cozinha e o quarto onde a mulher de 72 anos dormia eram totalmente insalubres — com sujeira, mofo e mau cheiro. Caixas de remédios estavam jogadas sobre os móveis, e o fogão acumulava crostas de gordura.
Em meio ao lixo, dezenas de caixas de panetone chamavam a atenção — o alimento que, segundo a vítima, fazia parte da sua rotina de sobrevivência em condições degradantes.
A vítima contou aos agentes que o acúmulo de lixo durava mais de 15 anos e que os cômodos nunca eram limpos, pois o filho sofre de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).