A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou, nesta segunda-feira (21/7), uma nota de repúdio às declarações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), durante live transmitida por ele nesse domingo (20/7). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez falas em tom de intimidação e ameaça contra o delegado Fabio Shor, responsável pela investigação e indiciamento dos acusados de participação na suposta trama golpista.
Durante a transmissão, Eduardo chamou Shor de “cachorrinho da Polícia Federal” e ameaçou: “Deixa eu saber, não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui [nos EUA]”.
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Em nota, a associação definiu as alegações de Eduardo como inaceitáveis e que ele tenta, mais uma vez, “atacar a credibilidade da Polícia Federal e de seus delegados”.
“A tentativa de constranger uma instituição de Estado, reconhecida por sua atuação isenta e rigorosa no combate ao crime com a estrita observância ao ordenamento jurídico, revela um claro desrespeito às garantias constitucionais que asseguram a autonomia funcional dos Delegados de Polícia Federal — prerrogativa essencial para o pleno exercício da Justiça”, diz trecho da nota.
ADPF reforça que não se curvará a pressões políticas, e adotará medidas judiciais para responsabilização de Eduardo Bolsonaro pelas suas falas contra a PF. “Os Delegados de Polícia Federal não se curvarão a pressões políticas, nem a narrativas que visam desmoralizar a missão de servir à sociedade, com base na legalidade e na verdade dos fatos”, defende a associação.
Ameaças a Moraes
Na mesma live, o parlamentar licenciado fez ameaças também ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e relator da ação relacionada à trama golpista:
“O tempo todo a gente tem que expor o nível de várzea que é o Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso também, tá, Moraes? Então, quando a gente fala que o visto foi só o começo, é porque o nosso objetivo será te tirar da Corte. Você não é digno de estar no topo do Poder Judiciário. E eu tô disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante”, disse Eduardo.