O delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Caio Albuquerque, afirmou que o advogado Renato Nery, morto em 5 de julho de 2024, revelou a uma pessoa da sua confiança que sofria ameaças, porém, acreditava que seus desafetos não teriam "coragem" para consumar o assassinado em decorrênciada execução do seu colega de profissão, Roberto Zampieri, que havia ocorrido meses antes. Albuquerque é responsável pelo inquérito principal de Renato Nery que está encerrado e foi apresentado nesta segunda-feira (12). De acordo com o delegado, o conteúdo obtido na perícia do celular de Nery apontou que o advogado estava ciente de que estava na mira de criminosos.
"O Nery não contava para ninguém que estava sendo ameaçado até porque ele acreditava que com a morte do Zampieri não teriam coragem de matar outro advogado", asseverou Caio Albuquerque em coletiva na DHPP. "Ele contou uma ameaça específica para uma pessoa, ele contou dias antes de morrer que estava sendo ameaçado e o caso se concretizou com a morte dele", emendou.
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O delegado afastou qualquer relação entre as mortes de Nery e Zampieri. A execução de Nery está relacionada ao processo de reintegração de posse em Novo São Joaquim (a 439 km da Capital), diferente do caso Zampieri que descortinou um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça (TJMT) e em outras Cortes. Caio reforçou que não há qualquer vínculo. "São fatos totalmente isolados", disse o delegado.
Outra característica que distancia um crime do outro é a forma como os executores agiram. Para Caio, a morte de Zampieri foi mais "fácil" de ser desvendada.
"Quem matou, matou de forma fácil para a investigação. Foi lá de cara limpa, deu o nome na portaria e foi preso praticamente no mesmo dia, um dia depois. Esse foi o caso mais complexo pela forma de execução", explicou Caio Albuquerque.