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Polícia Quarta-feira, 04 de Junho de 2025, 16:36 - A | A

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Irmã também foi agredida

'Amo muito meus filhos, mas tenho medo deles', diz mãe espancada por adolescentes em Olinda

Irmã dos garotos, de 19 anos, também foi agredida. Adolescentes, de 15 e 16 anos, foram apreendidos pela polícia.

Por Pedro Alves, g1 PE
Foto-G1 O Globo
 
 
"Eu amo muito meus filhos, mas tenho medo deles, pelos monstros que estão se tornando". O depoimento é da mãe que foi espancada por dois adolescentes, de 15 e 16 anos, no bairro de Águas Compridas, em Olinda. A agressão foi filmada pela vítima e por uma testemunha. A irmã dos garotos, uma jovem de 19 anos, também foi agredida (veja vídeo acima).

O caso aconteceu no domingo (1º). Nesta quarta-feira (4), a mãe espancada conversou com o g1 e contou que, durante a agressão, o pai dos adolescentes estava filmando, sem intervir na briga. Os nomes dos envolvidos não serão divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

 
A mãe disse que estava descendo uma ladeira com a filha quando, sem motivo, as duas começaram a ser agredidas pelos adolescentes. 
"Minha filha estava descendo a rua para ir para a casa dela, junto comigo, e eles chegaram já agredindo. O pai estava filmando, rindo. Levei murros na cabeça, chutes. Minha filha levou pisada na cara. O que o vídeo mostra já foi o final. Meu genro foi defender minha filha", declarou a mãe agredida. 

A mulher também disse que a relação com os filhos começou a ficar conturbada há cerca de seis anos, quando ela decidiu se separar do marido. A guarda dos adolescentes ficou com ele, que, segundo a mãe, a ameaçava e violentava. A filha mais velha foi morar com ela, já que é de outro pai.

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"O pai [dos adolescentes] queria um trisal e não aceitou o fim do relacionamento. Foram 12 anos juntos, sete de amor e cinco de sofrimento. Ele me batia dentro do quarto e fazia sexo forçado comigo. Dizia que, se eu não fizesse, matava minha filha, que não é dele. Quando me libertei, namorei uma mulher e ele ficou com ciúmes. Virou um pesadelo. Não consigo mais me relacionar com ninguém", afirmou.

 

Ameaçada, a mulher cedeu a guarda dos dois filhos para o pai, que continuou morando no mesmo bairro. Ela foi morar com amigos e, até hoje, vive com a ajuda de conhecidos, que custeiam até mesmo a pensão que ela, por decisão judicial, paga para os adolescentes.

Adolescentes espancam mãe e irmã em Olinda — Foto: Reprodução/WhatsApp

Adolescentes espancam mãe e irmã em Olinda — Foto: Reprodução/WhatsApp

No começo, segundo a mulher, os filhos iam visitá-la. A frequência foi diminuindo, até que a relação se tornou violenta.

"O pai deles fez alienação parental. Meus filhos não eram assim, e hoje eu tenho medo deles. Ele acabou com o meu psicológico. O mais novo ia me visitar escondido e ele [o pai], quando descobriu, quebrou uma raquete nas costas do menino. Eu nunca consegui a guarda de volta, porque moro de favor e vivia do Bolsa Família. Depois, até isso deixou de ser pago, e as coisas foram desandando", declarou.

 

A mãe contou, ainda, que essa não foi a primeira vez que ela e a filha foram agredidas pelos adolescentes. Entretanto, nada se compara ao que aconteceu no domingo (1º).

 

"Foi a noite mais terrível da minha vida. O pensamento dos meus filhos não vai mais mudar, mas esse homem [o pai] precisa ser parado. Eu temo pela vida da minha filha,e pela minha. Vão esperar nós aparecermos mortas na televisão para agir", disse a mulher.

 

 

Violência filmada

 

No vídeo, é possível ver quando uma garota, de verde, é agredida por um adolescente sem camisa com vários socos na cabeça e, depois, leva um soco no rosto desferido por um adolescente de camisa vermelha. Nas imagens, o que está sem camisa também aparece discutindo com a mãe, uma mulher de vestido verde.

Procurada pelo g1, a Polícia Civil confirmou que registrou a ocorrência por meio da 7ª Delegacia Seccional de Olinda. Em nota, também informou que o caso é investigado como “ato infracional análogo à lesão corporal por violência doméstica”.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também foi procurado pelo g1 e afirmou que, em respeito ao ECA, não pode disponibilizar informações sobre o caso.

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