Conforme as investigações que miram o médico e vereador Thiago Bitencourt Lanhes Barbosa, 39 anos, avançam, detalhes obscuros dos crimes sexuais cometidos pelo homem são revelados pela Polícia Civil do Mato Grosso. 

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Até o momento, a polícia identificou cinco vítimas. Os indícios apontam que todas elas teriam sido violentadas por meio do mesmo modus operandi.

Os elementos apurados apontam fortes indícios de que o vereador de Canarana, município localizado a 838 km de Cuiabá (MT), desenvolveu uma prática contínua de exploração da fragilidade emocional das vítimas, estabelecendo relações de dependência e subjugação.

Segundo os levantamentos, essa dinâmica teria levado as vítimas à prática de atos que configuram situação de escravidão sexual. 

Os indícios apontam que o mesmo padrão de atuação se repete com diferentes vítimas, especialmente mulheres adultas que possuem filhas menores de idade.

No caso de uma delas, uma mulher de 29 anos, as investigações revelam que, além de exercer domínio psicológico, Barbosa teria produzido conteúdos íntimos para coagi-la, de modo que a vítima não conseguia resistir aos abusos. 

A polícia detalhou que durante o curso dessa relação abusiva, o suspeito demonstrou interesse na filha da vítima — uma criança de 8 anos. Ele teria se aproveitado da situação de domínio que tinha sobre a mãe para abusar sexualmente da menor.

A polícia destacou que, segundo as apurações, mesmo após o término da relação, o suspeito teria estuprado a vítima mediante violência. Alguns dos crimes ocorreram no consultório onde ele atendia.

 

Diante da gravidade e da consistência dos elementos reunidos até o momento, a polícia instaurou procedimento investigatório específico, com o objetivo de buscar o completo esclarecimento dos fatos.

Outras possíveis vítimas na mesma situação já foram identificadas e serão ouvidas ainda nesta semana na Delegacia de Canarana.

Conforme noticiado pela coluna, o Partido Liberal (PL) afastou temporariamente o vereador. O presidente estadual do PL, Ananias Filho, informou que “o PL Mulher repudia veementemente as alegações e crimes atribuídos ao vereador, motivo esse que causou a suspensão da sua filiação”.

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) também instaurou uma sindicância para apurar a conduta do médico. Já a Câmara Municipal afastou o político dos trabalhos legislativos.

A prisão

O político foi preso em flagrante por estupro de vulnerável e armazenamento de imagens de abuso e exploração sexual infantil no último sábado (31/5).

Durante cumprimento de busca e apreensão realizados na residência e no consultórios onde Thiago Bitencourt trabalhava, os investigadores encontraram diversos materiais relacionados ao crime de pedofilia.

Imagens divulgadas pela Polícia Civil de Mato Grosso revelam que os agentes acharam, entre as coisas de Thiago Bittencourt, peças de roupas infantis femininas e itens sexuais.

Além de um macacão, touca e sapatos rosas, também foram encontrados brinquedos entre os objetos sexuais, como consolos, cintas, algemas, além de roupas íntimas adultas.