O setor brasileiro do tabaco recebeu com apreensão a confirmação da tarifa de 50% sobre as importações do produto pelos Estados Unidos, com início em 6 de agosto. Terceiro maior destino do tabaco nacional, os EUA representaram, entre janeiro e junho de 2025, cerca de 9% das exportações do setor, com 19 mil toneladas e US$ 129 milhões em receita, segundo dados do MDIC/ComexStat. No acumulado de 2024, o volume exportado foi de 39,8 mil toneladas, gerando US$ 255 milhões.
De acordo com Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o setor esperava uma possível negociação ou adiamento da medida, o que não se concretizou. “A manutenção da tarifa cria uma situação bastante complexa e a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano fica ameaçada. Podemos esperar, como consequência, uma redução drástica nos volumes exportados aos clientes americanos”, afirma.
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Apesar do cenário adverso, Thesing garante que não há previsão de demissões. Ele explica que as empresas integradoras continuarão adquirindo normalmente o tabaco já contratado com os produtores por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), garantindo estabilidade aos agricultores.
A estimativa é que cerca de 40 mil toneladas da safra 2025/2026 já contratada seriam destinadas aos EUA. Caso não seja possível redirecionar esse volume de imediato, ele poderá ser estocado no país. Ainda assim, o setor mantém a esperança de redirecionar parte dessa produção para outros mercados, já que o Brasil exporta tabaco para mais de 100 países.