Os valores do trigo no mercado de lotes – transações entre empresas – seguem caminhos distintos entre os dois principais estados produtores da região Sul. De acordo com análise do Cepea, no Rio Grande do Sul, os preços estão em alta, impulsionados principalmente pela valorização do dólar, que favorece a competitividade do cereal nacional frente ao importado. 

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No Paraná, por outro lado, o cenário é de queda nas cotações, reflexo da baixa demanda típica de fim de ano. Nesse período, muitas indústrias entram em recesso, o que reduz o ritmo de compra e pressiona os valores para baixo.

Já no mercado de balcão – voltado ao produtor rural –, os preços permanecem estáveis em ambos os estados, sem grandes movimentações até o momento.

Nos derivados de trigo, o destaque vai para o farelo a granel, cuja demanda aumentou nas últimas semanas. O interesse dos compradores está ligado à intenção de formação de estoques para a virada do ano, o que tem sustentado a valorização desse produto. Em contrapartida, o farelo ensacado apresenta queda nos preços, influenciado por uma procura mais lenta. 

O cenário atual revela um mercado de trigo segmentado, em que fatores cambiais e sazonais impactam de formas distintas as regiões e os produtos derivados. Para os agentes do setor, a tendência é de atenção redobrada aos movimentos do câmbio e ao comportamento das indústrias no início do próximo ano, que devem definir os rumos do mercado no curto prazo.