A exportação de melões para a Europa está passando por um reposicionamento estratégico. O continente tem visto consumidores cada vez mais atentos à procedência dos alimentos, enquanto produtores enfrentam os efeitos diretos das mudanças climáticas nas lavouras. Nesse cenário, países com oferta consistente, qualidade sensorial e certificações de origem ganham espaço em um mercado exigente, porém cheio de oportunidades.

 Os compradores europeus buscam produtos com sabor diferenciado, boa conservação e, acima de tudo, informações sobre rastreabilidade, práticas sustentáveis e origem. França, Espanha e Itália, por exemplo, valorizam frutas com selo de identidade territorial, como a Indicação Geográfica Protegida (IGP), o que pode servir de referência para o Brasil estruturar melhor sua oferta de melões para o bloco europeu.

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É nesse contexto que se insere o First Melone Mantovano PGI Symposium, marcado para 23 a 25 de julho, em Mântua, na Itália. O evento destaca o papel da cadeia produtiva na adaptação ao aquecimento global e no alinhamento com o consumidor moderno. Palestrantes como o meteorologista Andrea Giuliacci e a pesquisadora Elisa Macchi vão abordar tendências climáticas e produtivas, enquanto a YouGov apresenta uma pesquisa inédita com consumidores de três países, apontando preferências, barreiras e gatilhos de compra. 

Para o presidente do Consórcio do Melão Mantovano, Mauro Aguzzi, o evento representa uma virada de chave para o setor: “Trata-se de fortalecer o valor do melão europeu com base em dados, inovação e diálogo com o consumidor.” Para os produtores brasileiros, entender essas mudanças é fundamental para competir em um mercado que exige mais do que volume — exige história, origem e propósito.