
"Para ter óculos novos precisaria ir até Goiânia (GO), só com passagem de ônibus teria que gastar R$ 500, a consulta é particular, nem sei quanto está hoje e as lentes mais baratas em torno de R$ 300. Não teria condições", conta Janari. "Sou muito grato pela Expedição e pelo atendimento que recebi, só tenho elogios ao Poder Judiciário e parceiros", completa.

Esta é a terceira cidade atendida pela Expedição este ano com serviços de saúde, cidadania e do Judiciário. Até agora mais de 800 mudas foram distribuídas pelo Juizado Volante Ambiental (Juvam). O Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc), tem prestado orientação jurídica e conciliações em casos de investigação de paternidade, fixação de alimentos, guardas, visitas e divórcios. Todo trabalho é acompanhado pela juíza Janaína Cristina de Almeida, da Vara Única de São Félix do Araguaia e do Cejusc.

A desempregada Poliana Rodobvanski, 28, casada com um filhinho de 1 ano foi uma das beneficiadas. Disse que os alimentos irão alimentar a família por uns 15 dias. "Meu marido também está sem serviço e com a pandemia tudo tá mais difícil. Agradeço a Deus pelo projeto ter trazido isso pra gente", agradece.
Ilha do Bananal - Há 4 km de São Félix, pelo Rio Araguaia, já do lado de Tocantins, cerca de 1000 indígenas da etnia Carajá vivem na Aldeia Santa Isabel do Morro, a maior da Ilha do Bananal. E foi neste local que a Expedição, com apoio da Marinha do Brasil, chegou.

"Por estarmos em período de pandemia normas de segurança foram estipuladas. A troca foi feita na margem do rio e os participantes da Expedição com máscaras e mantendo distância dos índios", informou o juiz-coordenador estadual da Justiça Comunitária, José Antônio Bezerra Filho, o Dr Tony.
O indígena Idiarrina Carajá, 60, disse que se surpreendeu com ação nesta época do ano, mas aprovou a iniciativa. "Somos do Distrito Indígena de Tocantins, mas fomos esquecidos. Nesta fase de pandemia, a Justiça de São Félix e que tem nos dado a mão. Somos muito gratos por isso", afirmou.

O comandante da Agência Fluvial de São Felix do Araguaia, capitão Jaecy Fonseca de Medeiros destacou que quanto mais ações de conscientização forem feitas com ribeirinhos e indígenas, maiores serão as chances do uso correto do rio e a preservação da natureza. "A parceria com o Judiciário está sendo positiva. A Marinha do Brasil está sempre disposta a contribuir com parceiros para que estão em sintonia com os nossos pilares, como a preservação das nossas águas".

Alcione dos Anjos/Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
Fonte: Tribunal de Justiça de MT