As quatro lideranças indígenas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes ambientais em Rondolândia (1.600 km de Cuiabá) desempenhavam papel central no esquema de garimpo ilegal e exploração clandestina de madeira dentro da Terra Indígena Sete de Setembro, território do povo Paiter Suruí.
Segundo as investigações, os denunciados não apenas autorizavam a entrada de maquinário pesado e garimpeiros na área protegida, como também coordenavam as operações e recebiam parte dos lucros obtidos com a extração ilegal de ouro e madeira. As atividades ocorriam sem qualquer anuência da comunidade ou dos órgãos ambientais.
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A denúncia destaca que os líderes articulavam a logística da operação criminosa, orientando o funcionamento dos acampamentos, distribuindo tarefas e controlando rotas de escoamento dos recursos naturais extraídos. Para manter o esquema ativo, também adotavam medidas para dificultar ações policiais, como a destruição de pontes e bloqueios de acesso, além da formação de uma rede de informantes para alertar sobre a presença de autoridades na região.
Lideranças que se opunham ao garimpo eram ameaçadas, criando um clima de intimidação dentro da própria aldeia. “A conduta dos denunciados evidencia um poder de mando estruturado e reiterado, que violou não apenas normas ambientais, mas os direitos coletivos da comunidade indígena”, ressaltou o MPF.
Com base em provas extraídas de conversas por aplicativos e arquivos digitais, o órgão federal sustenta que o esquema funcionava como uma verdadeira organização voltada à exploração predatória do território. Os danos ambientais já somam mais de R$ 11 milhões e ultrapassam 27 hectares de floresta amazônica destruídos.
