O pecuarista Claudecy Lemes está entre os empresários do agronegócio investigados por contratar a infraestrutura dos acampamentos golpistas e viabilizar o trancamento de rodovias, enviando caminhões de norte a sul do país. Antes de ganhar notoriedade nacional por essas ações, o milionário já era infame em Mato Grosso.
Lemes é apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) como o "maior desmatador do Pantanal".
Lemes é proprietário da Comando Diesel Transporte e Logística Ltda., uma das empresas que tiveram as contas bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2022.
O bloqueio, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, visava frear a utilização de recursos para financiar atos ilícitos e antidemocráticos em todo o país.
O pecuarista teria, inclusive, enviado caminhões a Brasília durante o período pós-eleitoral. O Observatório De Olho nos Ruralistas aponta Claudecy Lemes entre os 74 agropecuaristas, empresários e políticos do estado que se mobilizaram contra o resultado das eleições de 2022.
Ficha Corrida
Desde 2019, o pecuarista acumula quinze autuações por danos ao Pantanal. Ele é réu por despejar agrotóxicos em uma área de 81 mil hectares, protagonizando o maior caso de desmatamento químico da história do estado.
Claudecy Lemes teria aplicado 25 agrotóxicos por via aérea em um território do Pantanal mato-grossense, no município de Barão de Melgaço (a cerca de 100 km de Cuiabá). Essa área é equivalente ao município de Campinas (SP).
A operação teria custado R$ 25 milhões ao fazendeiro. Somadas, as multas aplicadas chegam a R$ 2,9 bilhões, conforme noticiado pelo Fantástico, da TV Globo.
Em abril de 2024, o Ministério Público de Mato Grosso pediu a prisão preventiva de Claudecy, mas a Justiça negou o pedido.