Foto por: Assessoria | Seduc-MT
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A Escola Estadual Indígena Pasapkareej, situada na Aldeia Taquaral, da etnia Cinta Larga, na Terra Indígena Aripuanã, protagonizou em 2025 um capítulo histórico para a educação indígena da região. Pela primeira vez, estudantes da comunidade realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
O feito, celebrado por toda a aldeia, que fica a 110 quilômetros de Aripuanã, é resultado de um processo de mobilização que transformou rotinas e expectativas em sonho coletivo.
De acordo com a Diretoria Regional de Educação (DRE) do Polo Juína, que atende 10 municípios, entre eles Aripuanã, em 2024, ao analisar o período de inscrições do ENEM, a coordenação pedagógica da escola percebeu que nenhum estudante da Pasapkareej havia realizado cadastro para a prova. A descoberta acendeu um alerta.
Se os jovens não chegavam ao ENEM, o que os impedia? A resposta envolveu um conjunto de barreiras históricas como a falta de documentação básica, desconhecimento sobre universidades e programas como SISU e ProUni, custos financeiros e dificuldades logísticas para deslocamento até a cidade.
Diante desse cenário, a gestão da escola, sob orientação da DRE, decidiu transformar o problema em meta, que era garantir que, em 2025, ao menos um estudante pudesse realizar o ENEM, inaugurando um novo ciclo na formação dos jovens da comunidade Pandeereej.
O que começou como um desafio se tornou uma grande mobilização. Professores e equipe gestora organizaram rodas de estudo para turmas do ensino fundamental e médio, utilizando atividades lúdicas para familiarizar os alunos com o estilo da prova.
Foram realizados mutirões para regularizar documentos, solicitar isenção, criar e-mails e orientar sobre o processo de inscrição. A escola também preparou kits com água, suco, frutas e bolachas para garantir que os estudantes enfrentassem o dia de prova com tranquilidade.
Além do apoio direto e empenho das professoras Andreia, Osiane, Janete, Rosângela e Gleicyelli, que acompanharam os estudantes Deivid, Elisson, Gilmersom, Graciela, Isadora, Rainik e Neison desde o início do processo até o momento da prova, o esforço da liderança local foi decisivo.
O cacique David Cinta Larga, em parceria com a diretora Beatriz Cinta Larga, organizou o transporte até a cidade, assegurando deslocamento seguro e sem atrasos. Para Beatriz, o gesto reforçou a visão da comunidade de que educação é um caminho essencial para fortalecer identidades e abrir portas para o futuro.
“A primeira participação da nossa escola no ENEM não é apenas um dado estatístico, mas um marco simbólico e concreto. Representa o início de uma jornada que une fortalecimento cultural, autonomia e acesso a oportunidades. A experiência de 2025 abre um novo tempo para a juventude Pandeereej, que agora olha para o futuro com mais clareza, mais possibilidades e muito mais esperança”, definiu David Cinta Larga.
















