A bruxaria, uma das práticas que deram e seguem dando fama a Marrocos, será a partir de agora um ofício mais perigoso, depois que o governo marroquino aumentou consideravelmente as multas contra os atos de magia e feitiçaria.
O governo aprovou uma revisão do Código Penal e subiu o valor das multas contra a magia, que será entre 300 e 1.500 dirhams (R$ 105 e R$ 520, respectivamente), em comparação com penalidades atuais de 10 a 120 dirhams.
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A punição se aplica de forma geral a toda classe de bruxarias, enquanto as típicas videntes que percorrem a famosa praça de Marrakech lendo o destino dos turistas não costumam ser incomodadas pela lei.
A prática da feitiçaria é tão popular que custa ao país uma má fama internacional, especialmente no Oriente Médio, que associa o nome de Marrocos com as artes ocultas.
Segundo um estudo publicado em 2012 pelo instituto americano Pew Research Center, 80% dos marroquinos acreditam no mau-olhado e 78% confiam no poder da bruxaria.
Há duas figuras principais que se dedicam a este ofício em Marrocos. Uma delas é a chowafa "multitarefa", que prevê o futuro, cura o efeito de uma maldição ou um feitiço.
Junto a ela está o "fkih", uma espécie de curandeiro religioso que usa o Alcorão para fins terapêuticos para curar pessoas que sofrem de mau-olhado, ou que estão "habitadas" por gênios que só poderão ser expulsos em sessões de exorcismo.
Quando um cliente visita uma chowafa, sai de lá com uma receita quase secreta de distintas substâncias para atingir seus fins. A mistura será fornecida por um herborista, presente em todos os mercados do país, cuja fachada é a venda de especiarias.
"Algumas pessoas vêm até nós com receita de uma chowafa, outros preferem contar a sua doença e nos pedem conselhos. É como ir até uma farmácia em vez de um médico", afirmou um vendedor de Rabat, em entrevista à Efe.