A primeira testemunha das 14 que irão depor no júri popular do assassinato da adolescente Maiana Mariano Vilela, na época do crime com 16 anos, foi a mãe da vítima Suely Cícero Mariano. Maiana foi morta no dia 21 de dezembro de 2011 e teve seu corpo ocultado em uma chácara no bairro Altos da Glória, próximo a Ponte de Ferro, em Cuiabá.
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Ela pediu para não ser ouvida na frente dos réus Rogério da Silva Amorim, Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre da Silva, que foram colocados em uma cela onde não pudessem ouvir o que seria falado. .
Vestida com uma camisa branca onde estampava o rosto de sua filha, Suely disse que Maiana se relacionou por um ano com Rogério, sendo seis meses escondida. "O Rogério apareceu em minha casa com uma pasta falando que nunca tinha sido casado. O que ele tinha com a mulher, que até então era esposa dele, seria apenas sua sócia", comentou a mãe de Maiana.
Suely ainda relatou que Rogério chegou a dizer que estaria construindo uma casa para morar com Maiana. "Ele disse que se casaria com minha filha quando ela completasse 18 anos. Ele chegou a dizer que ia arrumar o quarto dela pra ela estudar. Ele fez isso quando viu uma goteira no quarto e ela tinha perdido o material de aula já que tudo estava molhado. Ele também deu um computador e um celular pra ela", declarou.
A magistrada Mônica Aparecida Perri questionou sobre os presentes e festas que Rogério oferecia para a adolescente. "Eu não tinha nem jeito de fazer bolo pra Maiana, já que minha condições financeiras era muito difícil. Ele chegou no dia do aniversário com uma moto Biz pra Maiana. Eu me preocupei, chorei, mas ela gostou e então ficou", declarou a mãe da Maiana.
Suely ainda frisou que não instruiu sua filha a pedir presentes para o réu. "Ela falava muito de Rogério. Só um dia eu disse: tomara que ele te dê um avião".
"A partir do momento que conheceu eles (família de Rogério) eu não tinha mais carinho de Maiana. Ela só dormia na casa dele, ficava com eles e tal", relatou.
Sobre a sua saída de Cuiabá para ver a mãe no Paraná, Suely confirmou que Maiana chegou dizendo que Rogério iria dar um presente de aniversário. "Rogério me deu R$ 500 para viajar. Fiquei muito feliz por ir e triste porque eu queria que Maiana fosse, mas ela preferiu ficar", contou.
Suely ainda frisou que Maiana, antes dela embarcar, ligou e disse: "para eu nunca esquecer dela, que ela me amava muito. Depois eu liguei muito pra Maiana e nunca mais ela atendeu".
No dia 26 de dezembro eu recebi um telefonema do Rogério dizendo que se eu não tivesse dinheiro ele iria mandar porque a Maiana havia desaparecido. "O Rogério me ligou no Paraná e falou para eu vir de avião, mas eu não quis. Preferi vir devagar pdara eu chegar e achar minha filha aqui. Porém, quando desci do ônibus vi que tinha uma foto dela no poste dizendo que ela estaria desaparecida. Começou ai meu desespero total", disse.
"Um dia ele me disse que minha filha tinha encontrado alguém mais rico que ele. O Rogério me mostrou uma chave do apartamento e disse que estava triste, mas que ele iria perdoar. Eu busquei a imprensa, busquei a polícia. Ele pediu pra eu ficar quieta e não falar nada para a imprensa".
Suely ainda disse que sua filha relatou que a ex-mulher de Rogerio a perseguiu e tentou jogar o carro em cima de Maiana. "Ela me relatou em desespero que a ex-mulher de Rogério tentou tirar a sua vida. Ela inclusive chegou a forçar o portão para entrar na minha casa", revelou.
A mãe da vítima ainda informou que Rogério ficava sustetando que sua filha estava em São Paulo. "Ele me falava sempre que minha filha estava em São Paulo. Meu coração dizia que não, mas ele sempre falava isso", comentou.
"Eu só cai nessa porque a família de Rogério era sempre muito amiga dela. A mãe dele é professora, ajudava ela na escola e fazia minha filha feliz", declarou.
Um trecho do depoimento de Suely que chocou a todos no Tribunal do Juri era sua dependênia química. "Usei drogas sim. Fumava maconha, mas não era todo dia. Era algumas vezes", contou em depoimento.
A defesa dos réus perguntou se Maiana fazia uso de drogas ou se prostituia. Suely negou tudo. "Nunca. Minha filha nunca usou droga e ela amava o Rogerio, porque iria fazer programa?", questionou.
O depoimentos testemunhas deve durar durante todo dia no Fórum da Capital.
