Uma professora, membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), é apontada como autora de um áudio que chama o Judiciário de “porco” e diz que o Governo do Estado “demorou para comprar uma liminar” contra a greve (ouça abaixo).
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Nesta semana, a desembargadora Maria Erotides Kneip, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, declarou a ilegalidade da greve dos professores da rede estadual - e determinou que os servidores voltem ao trabalho no prazo de 72 horas, sob pena de multa de R$ 150 mil por dia.
No áudio, ela tenta “acalmar” os professores que questionavam se a paralisação iria se encerrar. O arquivo foi enviado, na última terça-feira (30), a um grupo de grevistas pelo aplicativo WhatsApp.
Uma professora, também membro do sindicato, confirmou à reportagem a suposta identidade da autora do áudio. A suspeita, no entanto, não atendeu as chamadas em seu celular.
“Na verdade era esperado. A gente até achou que demorou muito para recorrer ao Judiciário porco, né, para comprar uma liminar contra nossa greve", disse.
"Ele (Governo) esperou muito. Foram 60 e poucos dias. Na verdade, nunca, nunca na vida este sindicato promove uma greve e quando parte para um juiz, para a Justiça, sai uma ação dizendo que estamos com a razão. Nunca saiu e nunca vai sair”, disse a professora no áudio.
“Inclusive, na rede municipal, tivemos na última greve uma ação judicial dizendo que nossa greve era abusiva, com um mandado de prisão contra presidente do Sintep. E na verdade a gente continuou até onde precisou continuar”, afirmou.
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Multas "nunca são pagas"
Ela ainda defendeu que os desembargadores estão contra os professores. Segundo a professora, a paralisação irá continuar, pois as multas aplicadas pelo Judiciário “nunca são pagas” e caducam.
Nesta quarta-feira (31), o Sintep-MT afirmou que a categoria vai manter a greve iniciada há mais de dois meses.
“Aí, recorre. Isso vai protelando, termina a greve e passa anos e anos e a gente nunca paga multa, nunca paga nada, porque o trem caduca lá. Então, assim, não podemos ter medo. Esperar que um juiz vai dar uma ação dizendo que o sindicato está certo, que a categoria está certa mesmo e que pode continuar fazendo greve... Pode esquecer”, disse.
“E a greve continua. Pelos menos os que estiveram aqui se mantiveram firmes. Pelo menos até esperar se o Governo vai mesmo manter o que ele falou, fazer essa reunião e apresentar alguma proposta. E o sindicato, com certeza, já está lá elaborando um documento para recorrer desta ação”, afirmou.