Uma família que mora em Várzea Grande, região metropolitana de Cuaibá, compareceu à Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), na capital, para denunciar ter sido vítima de golpes praticados por um homem que cobrou quase R$ 5 mil para agilizar processos de regularização de veículos e aquisição da carteira nacional de habilitação (CNH) no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
Segundo imagens cedidas pela Polícia Civil, o suspeito, Julierme Leocádio da Rosa, de 36 anos, circulava livremente pela sede do Detran-MT e pela unidade localizada em uma galeria da capital, chegando a cumprimentar os funcionários enquanto acompanhava as vítimas. Ele foi preso em flagrante na terça-feira (23), após uma empresária, que havia contratado seus serviços, desconfiar do golpe e acionar a polícia.
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Como foi preso antes de receber o pagamento, ele foi autuado por tentativa de estelionato e pagou fiança de R$ 5.290 para ser liberado. No entanto, com o aparecimento de novas vítimas, ele pode responder pelo crime de estelionato, segundo o delegado Victor Hugo Bruzulato.
Após a divulgação da prisão, a família do borracheiro Lourenço Marques Gonzales, procurou a delegacia para reconhecer o suspeito. Segundo Lourenço, o suspeito foi à sua borracharia para consertar os pneus de seu veículo e prometeu liberar uma moto do borracheiro, que estava no pátio do Detran. A vítima conta que pagou R$ 960 e, ao chegar à autarquia para buscar o veículo, descobriu que ele não havia sido liberado.
A irmão do borracheiro, Eliane, também foi enganada. Ela disse que pagou R$ 1.260 ao suspeito, em dois dias, para tirar a carteira de habilitação. Eliane disse que chegou a ir ao Detran, tirou foto e impressão digital, mas que, quando retornou, percebeu que nada havia sido feito. Outro irmão dela perdeu R$ 400 para o golpista, enquanto o marido de Eliane, o comerciante Antônio Carlos da Silva, desembolsou R$ 2,5 mil para que o suspeito regularizasse os documentos de dois veículos.
A Polícia Civil informou que, até o momento, não tem indícios de que Julierme agia com o apoio de alguém, ligado ou não ao Detran, mas que a participação de servidores está sendo investigada. “Claro que nós vamos investigar se tinha participação de algum servidor e, consequentemente, [crime de] corrupção ou tráfico de influência, mas, até agora, as vítimas que apareceram denunciando esse estelionatário só relatam mesmo o crime de estelionato”, disse o delegado.