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Entenda o que aconteceu na Polônia

Drones russos abatidos, espaço aéreo invadido, artigo 4 da Otan invocado

A situação aconteceu na madrugada desta quarta-feira e líderes europeus repudiaram ação; Kremlin não confirmou ataque e disse que é o Ministério da Defesa que deve esclarecer o caso

Foto-UOL Notícias

A Polônia, com o apoio de caças da Otan, abateu nesta quarta-feira (10) drones russos que entraram no espaço aéreo polonês durante a madrugada. 

O episódio foi um dos mais tensos da já conturbada relação entre a Rússia e a Otan — a Polônia é integrante da aliança, que prevê uso da força no caso de invasão a países membros. Mas esse uso da força não é imediato, e líderes ainda decidirão que resposta darão à Rússia.

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Moscou também se esquivou e não assumiu responsabilidade completa sobre o incidente.

Reações imediatas da Polônia

 

 

Após detectar drones militares em seu espaço aéreo, a Polônia enviou caças para abatê-los. O país também acionou a Otan, que mobilizou aeronaves de guerra de países membros para ajudar as forças polonesas a abater os drones.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que os drones eram russos.

Tusk afirmou também que o país chegou a fechar parte de seu espaço aéreo por várias horas, e o aeroporto de Varsóvia suspendeu voos. 

"Na noite de quarta (10), o espaço aéreo polonês foi violado por muitos drones russos. Os drones que representavam uma ameaça direta foram abatidos. Estou em constante comunicação com o secretário-geral da Otan e nossos aliados, disse a autoridade polonesa", declarou o premiê polonês. 

Na região de Lublin, no leste da Polônia — perto da fronteira com a Ucrânia — uma casa foi atingida por um dos drones, segundo o prefeito local, Bernard Blaszczuk. Ele disse que havia pessoas dentro da residência, mas ninguém ficou ferido.

Ao longo da manhã, o Exército vigiou a região. 

Rússia se esquiva de responsabilidade 

Nesta imagem feita a partir de um vídeo, policiais e policiais militares protegem partes de um objeto danificado abatido pelas autoridades polonesas em um local em Wohyń, Polônia, na quarta-feira, 10 de setembro de 2025 — Foto: Rafal Niedzielski/AP

Nesta imagem feita a partir de um vídeo, policiais e policiais militares protegem partes de um objeto danificado abatido pelas autoridades polonesas em um local em Wohyń, Polônia, na quarta-feira, 10 de setembro de 2025 — Foto: Rafal Niedzielski/AP 

Em resposta à situação, o Ministério da Defesa da Rússia disse que seus drones realizaram um grande ataque a instalações militares no oeste da Ucrânia, mas que não planejava atingir nenhum alvo na Polônia.

O ministério afirmou que suas forças atingiram todos os alvos no ataque e destacou que os drones russos "que supostamente cruzaram a fronteira com a Polônia" tinham um alcance de no máximo 700 km. 

"Ainda assim, estamos preparados para realizar consultas com o Ministério da Defesa polonês sobre este assunto", afirmou o órgão militar russo. 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o Kremlin não recebeu nenhum pedido de contato da Polônia, mas rejeitou as acusações da União Europeia e da Otan de que a Rússia teria realizado uma provocação.

"A liderança da UE e da OTAN acusa a Rússia de provocações diariamente. Na maioria das vezes, sem sequer tentar apresentar algum tipo de argumento", disse Peskov. 

Os drones foram abatidos ou caíram? 

INFOGRÁFICO: drones abatidos na Polônia — Foto: Arte/g1

INFOGRÁFICO: drones abatidos na Polônia — Foto: Arte/g1

Apesar da confirmação do primeiro-ministro polonês de que os militares do país e da Otan atingiram drones que sobrevoaram a Polônia, ainda não estava confirmado, até a última atualização desta reportagem, o número exato de drones e quantos deles foram realmente abatidos ou se caíram.

Donald Tusk informou ao Parlamento polonês que 19 violações foram registradas ao longo de sete horas, mas que as informações ainda estavam sendo apuradas.

A polícia polonesa disse que os drones foram encontrados em dez locais do país. No oitavo local, foram vistos objetos de origem desconhecida. 

Otan chama ação de "absolutamente imprudente" 

Soldado do Exército polonês inspeciona casa atingida por drone na vila de Wyryki, no leste da Polônia, em 10 de setembro de 2025. — Foto: REUTERS/Kacper Pempel

Soldado do Exército polonês inspeciona casa atingida por drone na vila de Wyryki, no leste da Polônia, em 10 de setembro de 2025. — Foto: REUTERS/Kacper Pempel

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, chamou a ação russa de "absolutamente imprudente". 

"Seja intencional ou não, é absolutamente imprudente, é absolutamente perigoso. Mas a avaliação completa está em andamento", disse Rutte. 

"Para Putin, minha mensagem é clara: parem a guerra na Ucrânia. Parem de violar o espaço aéreo aliado. E saibam que estamos prontos, vigilantes e que defenderemos cada centímetro do território da Otan." 

Polônia afirma que alguns drones vieram de Belarus 

Tusk informou ao Parlamento polonês que a primeira violação ocorreu aproximadamente às 23h30 de terça-feira e a última por volta das 6h30 de quarta-feira, pelo horário local. 

“A novidade, no pior sentido da palavra, é a direção de onde os drones vieram. Esta é a primeira vez nesta guerra que eles não vieram da Ucrânia, como resultado de erros ou pequenas provocações russas. Pela primeira vez, uma parcela significativa dos drones veio diretamente da Belarus”, disse Tusk no Parlamento. 

O major-general de Belarus, Pavel Muraveiko, chefe do Estado-Maior e primeiro vice-ministro da Defesa, pareceu tentar distanciar seu país da incursão.

Ele disse que, enquanto a Rússia e a Ucrânia trocavam ataques de drones durante a noite, as Forças de Defesa Aérea bielorrussas rastrearam “drones que perderam o curso” e alertaram seus colegas poloneses e lituanos sobre “aeronaves não identificadas” se aproximando de seu território. 

“Isso permitiu que o lado polonês respondesse prontamente às ações dos drones, mobilizando suas forças em serviço”, disse Muraveiko.

Espaço aéreo da Polônia já foi violado 

Esta não é a primeira vez que o espaço aéreo da Polônia é violado militarmente desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em 2022, um caso como esse foi registrado, mas em escala menor. A situação desta madrugada foi a maior desse tipo nestes três anos de conflito na região e com países membros da Otan e da União Europeia.

"A guerra da Rússia está se intensificando, não terminando", disse a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas. "Ontem à noite, na Polônia, assistimos à mais grave violação do espaço aéreo europeu pela Rússia desde o início da guerra, e há indícios de que foi intencional, não acidental."

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