O novo pacote diminui o teto de preços do petróleo russo para US$ 47,60 por barril, informaram diplomatas. O valor é bastante inferior à cotação internacional do óleo, de cerca de US$ 70 pelo barril de Brent.
“Continuaremos a aumentar os custos da guerra, de modo que cessar a agressão se torne o único caminho para Moscou”, acrescentou Kallas, na manhã desta sexta-feira (18/7).
O acordo também inclui a proibição de transações relacionadas ao gasoduto russo Nord Stream e ao setor financeiro russo.
“Saúdo o acordo sobre o nosso 18º pacote de sanções contra a Rússia. Estamos atacando o cerne da máquina de guerra russa. Estamos mirando seus setores bancário, energético e militar-industrial, e estamos incluindo um novo teto dinâmico para o preço do petróleo”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no X.
Também na rede social, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, comemorou: “Está feito! Esta manhã, nós, europeus, estamos adotando sanções sem precedentes contra a Rússia e os países que a apoiam. A França desempenhou um papel decisivo. Juntamente com os Estados Unidos, forçaremos Vladimir Putin a um cessar-fogo”, declarou.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou a notícia e afirmou que a nova rodada “chega no bom momento”.
A relutância da Eslováquia em aprovar essa medida atrasou o acordo. Bratislava exigiu garantias de Bruxelas sobre um plano europeu separado, para reduzir gradualmente as importações de gás russo e se livrar completamente delas até 1º de janeiro de 2028.
EUA querem acelerar entrega de armas
Nessa quinta-feira (17/7), os Estados Unidos anunciaram que estão trabalhando para fornecer armas rapidamente à Ucrânia como parte do plano apresentado por Donald Trump no começo da semana, e consideram vender sistemas de defesa aérea Patriot de seu próprio estoque, disse o enviado de Washington à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
“Acho que as coisas estão realmente avançando muito rapidamente”, disse Matthew Whitaker, embaixador americano na organização, a alguns repórteres. “Mas não posso confirmar quando tudo isso estará concluído”, acrescentou.
O comandante da Otan na Europa, o general americano Alexus Grynkewich, complementou: “Já estamos na fase preparatória” para o envio dos primeiros sistemas Patriot.
O presidente Donald Trump anunciou na segunda-feira um projeto, em colaboração com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, para que aliados europeus e o Canadá comprem armas americanas, incluindo sistemas Patriot avançados, para a Ucrânia.
Vários países europeus, como Alemanha, Noruega, Holanda, Dinamarca e Suécia, disseram estar dispostos a participar do projeto. Resta saber como levá-los rapidamente para a Ucrânia, que está sendo bombardeada diariamente pelas forças russas.
Há também uma “conversa em andamento” sobre a possibilidade de os Estados Unidos venderem os Patriots já disponíveis em seus próprios estoques militares, indicou o embaixador americano.
“Nunca colocaremos os Estados Unidos em desvantagem estratégica e garantiremos que tenhamos tudo o que precisamos”, disse ele. “Acho que todos reconhecemos as necessidades urgentes que a Ucrânia tem, atualmente e de forma imediata, no campo de batalha para proteger suas cidades”, acrescentou.
Outra opção considerada é que os países europeus enviem os sistemas que possuem em seus estoques, que seriam então substituídos pelos Estados Unidos em prioridade. Whitaker também discutiu a revisão em andamento no Pentágono sobre o envio global de tropas, um tópico que gera preocupação nos países europeus, que temem uma retirada dos EUA do continente.
Os Estados Unidos estão em “contato diário” com seus aliados europeus antes de possíveis anúncios para o final de setembro ou início de outubro, salientou o embaixador do país. “Concordamos que não haveria surpresas ou lacunas na estrutura estratégica da Europa”, garantiu.