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Cotidiano Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025, 16:35 - A | A

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World of Athletics

Teste de comprovação de sexo gera confusão antes do Mundial de Atletismo

Atletas de Canadá e França correm contra o tempo para realizarem testes válidos para a World of Athletics

 
Lori Ewing, da Reuters
Foto-CNN Brasil
 

Atletas do Canadá e da França enfrentam dificuldades para cumprir a exigência da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) de realizar testes genéticos que comprovem o sexo biológico, diante da aproximação do prazo final em 1º de setembro para participação no Campeonato Mundial de Atletismo.

 

No caso do Canadá, atletas do sexo feminino foram informadas de que os testes genéticos recentemente realizados não atendem aos critérios estabelecidos pela entidade máxima do atletismo mundial, o que as obrigará a repetir o procedimento com urgência.

A Athletics Canada contratou a empresa Dynacare para realizar os testes do gene SRY — utilizados na determinação do sexo biológico — durante o último Campeonato Nacional. No entanto, em e-mail enviado esta semana aos atletas, e obtido pela agência Reuters, a federação afirmou que a Dynacare “nos informou que os kits de teste fornecidos não estavam em conformidade com os padrões exigidos”.

“Trata-se de uma situação em constante evolução, que estamos enfrentando em tempo real”, declarou. “Estamos trabalhando em soluções para apoiar atletas localizados em diferentes partes do mundo.”

Segundo a federação canadense, a Dynacare, que não se pronunciou imediatamente, já está enviando novos kits de teste às atletas residentes no Canadá e nos Estados Unidos, juntamente com os locais credenciados para coleta.

Na França, a situação é ainda mais delicada. A Federação Francesa de Atletismo (FFA) pretendia realizar os testes durante o campeonato nacional, mas foi impedida após os Ministérios da Saúde e do Esporte declararem que tais procedimentos são ilegais no país, conforme a Lei de Bioética Francesa, em vigor desde 1994.

“Como resultado, nenhuma ação foi realizada”, disse a FFA, em nota enviada à Reuters. “A federação confia na capacidade da World Athletics de encontrar rapidamente uma solução e garantir que as atletas francesas possam competir em condições ideais nas competições internacionais.”

 

Jackie Brock-Doyle, diretora de Projetos Especiais da World Athletics, afirmou que a entidade está colaborando com a FFA para possibilitar que as atletas francesas realizem os testes durante competições fora da França ou nos campos de treinamento prévios ao Mundial.

Ainda de acordo com Brock-Doyle, a World Athletics está em contato com as federações da Polônia, Bélgica e Suíça para viabilizar a testagem das atletas que participarão das quatro etapas restantes da Liga Diamante nesses países.

Teste aprovado em março

A exigência do teste para verificar se uma atleta é biologicamente do sexo feminino foi aprovada em reunião do conselho da World Athletics em março deste ano.

“Todas as federações sabiam, desde março, que introduziríamos o teste do gene SRY”, afirmou Brock-Doyle à Reuters. “Durante a coletiva de imprensa, fomos questionados se isso já valeria para o Campeonato Mundial, e dissemos que sim, essa era nossa intenção.”

Na ocasião, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, declarou: “O processo é bastante direto, francamente muito claro, e é de grande importância. Iremos selecionar um provedor de testes e trabalhar nos prazos."

Os detalhes específicos do teste foram anunciados em 31 de julho. Em comunicado, Coe defendeu a medida como essencial para a equidade no esporte:
“É extremamente importante, em um esporte que busca constantemente atrair mais mulheres, que elas tenham a certeza de que não há um teto biológico invisível. O teste de verificação do sexo biológico é um passo fundamental para garantir isso.”

Brock-Doyle afirmou ainda que a World Athletics não teme que atletas femininas fiquem fora do Mundial, previsto para ocorrer entre 13 e 21 de setembro em Tóquio, por não conseguirem realizar o teste dentro do prazo estabelecido.

Ela estimou que entre 40% e 50% das atletas já tenham sido testadas. Segundo a dirigente, aquelas que concluírem o exame, mas ainda aguardarem o resultado após o prazo, poderão competir normalmente no Japão.
“Nem todos os resultados estarão disponíveis a tempo, pois em alguns países o processamento pode levar duas ou três semanas”, explicou.

Resultados adversos — e o possível impacto no desempenho dessas atletas no campeonato — serão analisados posteriormente.

Por fim, Brock-Doyle refutou críticas de que os regulamentos sobre testagem genética foram implementados de forma apressada.
“Seria melhor se tivéssemos tido um pouco mais de tempo? Talvez. Mas escolhemos o Mundial porque ele reúne mais de 80% das atletas de elite do nosso esporte.”

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