O papa Leão XIV manterá as reformas promovidas pelo papa Francisco com relação a fiéis LGBTQIA+ para colocar mais mulheres no alto escalão na Igreja Católica. Mas não promoverá mais avanços nem alterará a doutrina da Igreja Católica.
As afirmações estão no livro "Leão XIV: Cidadão do mundo, missionário do século XXI", que traz declarações exclusivas do novo papa e foi lançado nesta quinta-feira (18). As falas são as primeiras de Robert Prevost, mais reservado que Francisco, sobre duas das grandes polêmicas da Igreja Católica.
Questionado pela autora do livro — que entrevistou Prevost em julho para escrever a publicação — sobre se responderia ao apelo de fiéis LGBTQIA+ por uma igreja mais inclusiva, ele respondeu:
"Qualquer questão que envolva questões LGBTQIA+ também é altamente polarizadora dentro da Igreja. E, por enquanto, pelo que já tentei demonstrar e viver em termos da minha compreensão de ser papa neste momento da História, estou tentando não continuar a promover a polarização na Igreja.
"Os indivíduos serão aceitos e recebidos. Todos, todos, todos são bem-vindos. Mas não por ser de uma identidade específica. O ensinamento da igreja continuará como está, e isso é o que tenho a dizer sobre isso por enquanto".
Ao longo de seu papado, o papa Francisco deu diversas declarações apontando para a aceitação de fiéis LGBTQIA+. No fim de 2023, ele autorizou que padres deem bênçãos a casais do mesmo sexo dentro de igrejas.
Leão XIV disse que não pretende recuar nesses avanços do seu antecessor.
Ele também disse que pretende nomear mais mulheres em postos de alto escalão no Vaticano, como fez Francisco, mas afirmou que não vai avançar na discussão sobre a ordenação de mulheres — ou seja, nas reivindicações históricas de alas femininas da Igreja Católica de que mulheres também possam conduzir missas ou ter postos de liderança como os cardeais.