G1
O funeral de Shiri Bibas e dos dois filhos - Kfir, de 9 meses, e Ariel, de 4 anos - mobilizou Israel nesta quarta-feira (26).
Os corpos da família, que virou símbolo da luta pela volta dos reféns, foram devolvidos pelo Hamas na semana passada. Nesta quarta, os caixões foram levados do centro de Israel até o cemitério em um comboio que foi acompanhado por milhares de pessoas.
Israelenses se alinharam nas laterais de ruas e estradas, soluçando e se abraçando pelo caminho de cerca de 100 quilômetros.
Centenas de motocicletas, cada uma com uma bandeira israelense e fitas laranja, seguiram solenemente atrás do comboio.
Na capital, Tel Aviv, uma multidão vestida de laranja também se reuniu para assistir à cerimônia de despedida de mãe e filhos.
Israelenses se emocionam durante comboio — Foto: AP Photo/Ariel Schalit
Yarden Bibas, marido de Shiri e pai das crianças, que foi devolvido com vida pelo Hamas dias antes dos corpos, falou no funeral e relembrou os últimos momentos com a esposa:
Yarden também prestou homenagem aos filhos e pediu desculpas por não ter conseguido protegê-los.
Outros membros da família Bibas se emocionaram com o carinho dos compatriotas durante o comboio. Dana Silberman Sitton, irmã de Shiri, pediu que as pessoas se lembrassem de Shiri cheia de luz e risos — não apenas da foto de seu rosto aterrorizado enquanto ela estava sendo sequestrada.
A irmã de Yarden, Ofri Bibas Levy, uma das vozes mais ativas na luta para trazer os reféns de volta para casa, falou ao governo israelense: "Nosso desastre como nação e como família não deveria ter acontecido e nunca deve acontecer novamente. Perdão significa aceitar responsabilidade. Não há sentido em perdão antes que as falhas sejam investigadas, e todos os oficiais assumam a responsabilidade".
O corpo de Shiri Bibas foi devolvido pelo Hamas na sexta (21), depois que, um dia antes, exames mostraram que os restos mortais entregues como os dela, junto com os dois filhos, na verdade eram de uma mulher palestina.
O erro levou o governo de Israel a ameaçar suspender o acordo de cessar-fogo em vigor desde janeiro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que essa era uma violação descarada e cruel do acordo. O caso gerou revolta e tristeza no país.Shiri Bibas foi sequestrada pelos terroristas junto com os dois filhos pequenos (um garoto de quatro anos e um bebê de apenas nove meses) em 7 de outubro de 2023, quando tinha 32 anos. Os três morreram em cativeiro na Faixa de Gaza. A família se tornou o símbolo da luta pelo retorno dos reféns.
As imagens de Shiri e das crianças sorridentes eram usadas como uma espécie de bandeira de esperança e de cobrança pela devolução dos reféns.
A família foi sequestrada no dia em que os terroristas invadiram o território de Israel, assassinaram 1,2 mil pessoas e levaram outras 250. Foram mais de 500 dias de angústia.
