Os Estados Unidos enviaram ao menos cinco caças para identificar e interceptar quatro aviões de guerra da Rússia que estavam voando próximo ao Alasca em uma área da fronteira entre EUA e Canadá. A informação foi divulgada pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte em um comunicado.
O comando afirmou que dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95 e dois caças Su-35 estavam voando na Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca. O espaço é internacional, porém limítrofe com a fronteira americana.
Por isso, houve uma resposta com o envio de uma aeronave de controle e alerta antecipado E-3, juntamente com quatro F-16s e quatro aviões-tanque KC-135. Eles foram enviados para 'identificar e interceptar positivamente' os russos.
De acordo com o comunicado, a atividade militar russa não é considerada uma ameaça e é comum. Porém, com as recentes entradas no espaço aéreo de diversos países europeus, foi necessário o envio de uma resposta rápida caso fosse necessário.
A ação ocorreu enquanto autoridades dinamarquesas continuavam investigando drones de grande porte, ainda não identificados, que voaram perto do Aeroporto de Copenhague nessa terça (23) e quarta-feira (24), interrompendo o tráfego.
A polícia dinamarquesa disse que os drones foram operados por um 'ator capaz'.
Trump defende que OTAN abata jatos russos
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Putin e Trump na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage (Alasca) — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que os países da OTAN abatam qualquer avião ou jato russo que entrem no espaço aéreo de algum país da organização. Apesar de apoiar uma ação mais forte, ele adotou cautela.
Trump não se comprometeu em apoiar uma intervenção do tipo, dizendo que isso caberia aos membros europeus da aliança.
Polônia, Reino Unido, Alemanha, entre outros, ainda adotaram cautela e temem que uma resposta do tipo escale para uma guerra.
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que as decisões sobre intervenções 'dependeriam das informações disponíveis sobre a ameaça'.
Integrantes da OTAN se reuniram em meio a Assembleia-Geral da ONU para discutir as incursões russas no espaço aéreo de ao menos três países da organização. Após duas reuniões e convocações do artigo 4, em que são definidas conversas entre os membros para dar uma resposta, a OTAN notificou a Rússia.
Após a reunião entre os membros, a OTAN divulgou uma declaração na qual condenou a incursão como parte de um 'padrão mais amplo de comportamento russo cada vez mais irresponsável'.
'A Rússia tem total responsabilidade por essas ações, que são escalonadas, arriscam erros de cálculo e colocam vidas em risco. Elas precisam parar', diz a organização em um comunicado.
'A Rússia não deve ter dúvidas: a OTAN e os Aliados empregarão, em conformidade com o direito internacional, todas as ferramentas militares e não militares necessárias para nos defendermos e dissuadirmos todas as ameaças vindas de todas as direções. Continuaremos a responder da maneira, no momento e no domínio que escolhermos. Nosso compromisso com o Artigo 5 é inabalável. Os Aliados não serão dissuadidos por esses e outros atos irresponsáveis da Rússia de seus compromissos duradouros de apoiar a Ucrânia, cuja segurança contribui para a nossa, no exercício de seu direito inerente à autodefesa contra a guerra de agressão brutal e não provocada da Rússia', completa o texto.
O secretário-geral, Mark Rutte, diz que os pilotos da OTAN que escoltaram os jatos russos do espaço aéreo da Estônia na última semana não encontraram 'nenhuma ameaça imediata'.
Ele completou, afirmando que os fatores que podem decidir, para a organização, de que existe uma ameaça estão uma análise da inteligência, interação, armas de infratores e potencial risco para civis e infraestrutura.
Ainda segundo o secretário, a OTAN está preparada para 'assustar' a Rússia para evitar novas incursões e incidentes. Ele disse que as resposta pode ser cada vez mais dura.
Donald Trump ao lado de secretário-geral da OTAN em anúncio na Casa Branca. — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
'Mas sempre temos que fazer isso na maneira como avaliamos a situação', acrescentou.
A Estônia, membro da OTAN, acusou a Rússia na última semana de ter invadido o espaço aéreo do país com três jatos militares. Eles sobrevoaram o céu do país sem a autorização, de acordo com as autoridades.
O ministro das Relações Exteriores, Margus Tsahkna, disse que a Rússia já violou o espaço aéreo estoniano quatro vezes neste ano, 'o que é inaceitável por si só, mas a violação de hoje, durante a qual três caças entraram em nosso espaço aéreo, é descarada e sem precedentes'.
Além da Estônia, a Romênia também anunciou violação do espaço aéreo nos últimos dias, assim como a Polônia.
O Ministério da Defesa russo disse que não havia 'planos de atacar nenhum alvo na Polônia'.
'O alcance máximo de voo dos UAVs russos usados no ataque, que supostamente cruzaram a fronteira com a Polônia, não excede 700 km. Apesar disso, estamos prontos para realizar consultas com o Ministério da Defesa da Polônia sobre este assunto'.
A Polônia entrou em alerta máximo de defesa por causa da violação do espaço aéreo por drones russos. O país do leste europeu acionou caças e outros aviões militares da Otan para abater os equipamentos que incursão ocorreu durante um novo ataque russo à Ucrânia.
Quatro aeroportos da Polônia foram fechados, inclusive o da capital, Varsóvia, e a população foi orientada a permanecer em casa.
A Polônia afirma que 'armas foram utilizadas' pelos militares para neutralização dos drones. A defesa antiaérea foi ativada no 'mais alto nível de prontidão'.
O governo polonês afirmou que sistemas de defesa antiaérea foram ativados e colocados no 'mais alto nível de prontidão'. Caças poloneses e da OTAN foram acionados para sobrevoar a região.