O desespero de uma mãe diante do sofrimento do filho levou a um relato emocionado nas redes sociais na madrugada deste sábado (19). Carol Meireles, mãe de Vicente — uma criança com síndromes raras e epilepsia refratária — compartilhou a difícil experiência vivida no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde o menino foi internado com fortes convulsões e suspeita de trombose cerebral venosa ou AVC.
Na publicação, Carol relata que a transferência de Vicente para uma unidade com estrutura especializada só aconteceu após uma crise mais intensa, que mobilizou mais de dez profissionais para contê-lo. Segundo ela, até então o filho aguardava atendimento neurológico adequado e exames mais complexos.
Vicente deu entrada no HMC na manhã de quinta-feira (17), após uma semana de mal-estar e uma crise epiléptica. Conforme a mãe, mesmo com a administração de medicamentos como Ibuprofeno, Tramal, Diazepam e Morfina, o quadro de convulsões não regrediu.
Ainda de acordo com Carol, a dificuldade em realizar exames básicos teria agravado a situação. “Solicitei que fizessem pelo menos um eletroencefalograma, mas foi feito um exame de sangue apenas. O resultado me passaram um dia depois”, disse.
Com a suspeita de um problema neurológico mais grave, a mãe afirma que pediu a transferência do filho para uma unidade com neuropediatra, mas foi informada que a remoção dependeria de uma angiografia — exame inviabilizado devido à indisponibilidade do equipamento, segundo relatado a ela pela equipe.
Na manhã de sexta-feira (18), houve uma tentativa de realizar o exame em outro hospital, mas, segundo Carol, a transferência não foi concluída e a equipe retornou sem realizar o procedimento.
Já na tarde do mesmo dia, Vicente sofreu uma nova e forte crise. A mãe relata que ele entrou em colapso e precisou ser contido por diversos profissionais. "Não consegui ajudá-lo", lamentou.
Somente após esse episódio, o Núcleo Interno de Regulação (NIR) autorizou a transferência para o Hospital Geral Universitário (HGU), onde Vicente permanece internado. “Graças a Deus e à equipe do HGU que ouviu meu pedido de socorro, ele está sendo acompanhado e aguarda estabilizar para fazer o exame”, afirmou Carol.
OUTRO LADO
A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.