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O papa Leão XIV canonizou diversas novas figuras religiosas recentemente pela Igreja Católica. Algumas delas ficaram marcadas, como de Carlo Acutis, o santo millenial.
Porém, no último final de semana, o pontífice transformou em santo uma curiosa figura dentro do catolicismo. É de Bartolo Longo, um ex-padre que chegou a ir para o satanismo antes de entrar de vez para o mundo cristão.
Nascido em 1841 em uma família rica de Latiano, na região atualmente da Puglia, na Itália, ele tinha os dois pais como católicos devotos.
O pai morreu em 1851 e a mãe se casou novamente logo depois com um advogado. Ele vai, então, dez anos depois para Nápoles, estudar direito.
Naquele momento, próximo da unificação da península enquanto país, a Igreja Católica vivia uma situação de tensão, já que era fortemente contrária ao movimento nacionalista em grande parte do território. Alguns dos integrantes dos grupos nacionalistas, aliás, fizeram campanhas contra o papa.
Esse momento também marca uma crescente de vertentes ocultistas e manifestações passaram a ser realizadas contra o pontífice com bruxarias
Todo esse caldeirão social eclode com a morte de sua mãe, o fazendo se afastar de vez da Igreja Católica.
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Túmulo do agora santo da Igreja Católica. — Foto: Reprodução
Nesse período, o ocultismo e satanismo eram bem diferente do que se conhece atualmente. Pouquíssimas vertentes doutrinárias estavam espalhadas e grande parte do crescimento do ocultismo na Itália era para confrontar o papa.
De toda forma, Bartolo ascendeu dentro da Igreja Satânica e chegou a passar mais de um ano comandando diversos rituais e serviços.
Esse período foi marcado por uma confusão e nervosismo na vida dele, que resolveu procurar ajuda de um antigo amigo da cidade natal. Esse que o apresentou a um padre da região, fazendo com o que Bartolo Longo retornasse ao catolicismo.
Ele também se formou em direito e passou a trabalhar, junto com a função religiosa, na comune de Pompeia. Ainda sem ser um município autônomo, o local passou a ter um forte trabalho de construção religiosa com Bartolo e a condessa Marianna Farnararo De Fusco, especialmente durante os anos de 1870.
Os dois, inclusive, foram responsáveis por restaurar uma Igreja em ruínas, que atualmente é o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, onde ele está enterrado.
Bartolo morreu em 1926 aos 85 anos e já era marcante para diversos religiosos que lutavam contra a espiritualidade, considerado um santo padroeiro.
Foi beatificado na década de 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado agora, em 2025, por Leão XIV.
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Bartolo Longo. — Foto: Reprodução