Sábado, 18 de Outubro de 2025
icon-weather
DÓLAR R$ 5,37 | EURO R$ 6,21

18 de Outubro de2025


Área Restrita

Cotidiano Sexta-feira, 17 de Outubro de 2025, 14:31 - A | A

Sexta-feira, 17 de Outubro de 2025, 14h:31 - A | A

Hepatite C e Cirrose

Aposentado recebe fígado pelo SUS e descobre câncer agressivo no órgão transplantado

Geraldo Vaz foi submetido a um transplante em 2023 pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, do Sistema Único de Saúde

Administração

Por 
Klauson Dutra
 — São Paulo-CBN
Foto-CNN Brasil

 

O aposentado Geraldo Vaz, de 58 anos, recebeu um fígado pelo SUS para salvar a vida mas descobriu, meses depois, que o órgão já estava contaminado por um câncer agressivo.

Ele foi diagnosticado com hepatite C em 2010 e desenvolveu cirrose. Em julho de 2023, ele foi submetido a um transplante de fígado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como paciente do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, do Sistema Único de Saúde.

A operação foi considerada bem-sucedida, mas exames de rotina realizados oito meses depois revelaram nódulos no novo fígado.

A família afirma que não foi informada sobre qual centro médico fez a captação do órgão, já que os dados sobre o doador são protegidos por sigilo.

Márcia Helena Vaz, esposa de Geraldo, relatou que uma biópsia confirmou a presença de adenocarcinoma, tipo maligno de tumor. Um exame genético indicou que as células cancerígenas não eram dele, mas do doador: 

"E essa tomografia já mostrou no seu resultado seis nódulos já no novo órgão. Solicitaram uma biópsia e, já no resultado da biópsia, veio o resultado do câncer: adenocarcinoma. Depois, solicitaram logo em seguida o exame de DNA. E aí o exame DNA realmente mostrou ser esse câncer da doadora. Infelizmente, era da doadora." 

Geraldo recebeu um novo fígado após a descoberta, mas o câncer já era avançado e ele teve metástase no pulmão. Hoje, é um paciente paliativo, em que a doença não tem mais cura, segundo a família.

Ele relatou à CBN que está pressionando as autoridades para saber como ocorreu o erro no transplante: 

"Isso é devastador. Só de falar com você, já fico emocionado. Tem vez que eu me pego chorando. Mas eu não posso falar que é um erro, enquanto eles não investigarem e poderem falar se isso foi um erro mesmo ou não." 

De acordo com o Manual dos Transplantes, do Ministério da Saúde, todos os doadores passam por uma triagem clínica, laboratorial e de imagem para descartar infecções e cânceres transmissíveis. Pacientes com histórico de neoplasia ativa não podem doar órgãos.

Geraldo recebeu um novo fígado após a descoberta, mas o câncer já era avançado e ele teve metástase no pulmão — Foto: Márcia Helena Vaz

Geraldo recebeu um novo fígado após a descoberta, mas o câncer já era avançado e ele teve metástase no pulmão — Foto: Márcia Helena Vaz 

Os testes incluem exames sorológicos e laboratoriais, além da inspeção dos órgãos e entrevista com familiares. Caso haja qualquer suspeita de tumor, o órgão deve ser descartado imediatamente.

O próprio manual também reconhece que nenhum protocolo elimina totalmente o risco. Células malignas em estágio microscópico podem não ser detectadas nos exames disponíveis atualmente.

Casos como o de Geraldo são considerados raríssimos, mas já foram registrados na literatura médica internacional.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que todos os protocolos e normas internacionais foram seguidos. Segundo a pasta, não houve indícios de câncer nos exames realizados no doador antes da cirurgia.

✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp

✅ Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp 

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]