Nos últimos anos tenho observado, nas entrevistas que faço com todos os pais que buscam um cursinho preparatório pré-vestibular, que a maior preocupação deles, no que tange os estudos, é o fato dos filhos não conseguirem estudar sozinhos após a aula, muitas vezes não realizando as mínimas atividades como tarefas e trabalhos escolares.
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É fato que hoje existem várias distrações que irrompem o ambiente familiar e trazem prejuízo ao aluno na hora de estudar. Mas mais que isso, o que sempre faço é orientar que o mais importante é, em um primeiro momento, identificar o “porquê” da falta de vontade ou atenção, na hora de estudar, seja para a tarefa ou para o ENEM.
Com o tempo (e várias horas de sala de aula e cursinho nas costas) passei a perceber que a Falta de Atenção, por parte do estudante, pode ocorrer por 3 motivos:
1) Circunstancial: a falta de atenção desse tipo é correlacionada a pessoa que não dorme direito, que não se alimenta direito, que tem algum problema de saúde ou passa por algum momento difícil, como término de namoro ou briga em casa com os pais.
Esse aluno dificilmente irá, no dia seguinte, ter a atenção necessária e vontade de aprender algum conteúdo.
O que ocorre, na prática, é que observamos muitos pais que querem uma mudança de postura do filho frente aos estudos, mas não promovem uma mudança nas “circunstancias” as quais expõem o aluno, permitindo que o mesmo coma e durma a qualquer hora do dia ou da noite, que se envolva com amizades tóxicas, que não tenha atividade física ou espiritual, etc.
2) Difusão: o aluno que diz que vai estudar, mas liga a TV, o som, o notebook, o celular, leva comida para o quarto, dificilmente vai conseguir se concentrar no que é mais importante: o conteúdo a ser aprendido.
Por mais que algumas pessoas discordem, o que percebo é que a “atenção concentrada” é mais importante que a “atenção difusa”, na hora de estudar. Basta um caderno, um bom livro (com teoria e exercícios), além de uma sequência didática (que pode ser aprendida online ou em um cursinho) para que o aluno possa estudar – afinal, no passado recente não existia internet e os alunos estudavam em casa por muito mais tempo com o bom e velho livro, não?
3) Clínica: é claro que existem alunos que, por questões orgânicas ou psicossomáticas possuem falta de atenção que deve ser tratada com orientação médica e uso de medicamentos.
Entretanto, o que ocorre na prática, é que observamos muitos pais não se preocupando com os problemas de Difusão e Circunstanciais, tratando apenas a falta de concentração/atenção do filho como um problema clínico, quando não é. Eliminar os dois motivos acima pode resolver a problemática muitas vezes sem a intervenção médica.
Dessa forma, analise o ambiente e a rotina a qual seu filho interage, e busque mecanismos de intervenção que possam favorecê-lo na hora de estudar.