26 de Abril de2024


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Cotidiano Quarta-feira, 16 de Março de 2016, 11:02 - A | A

Quarta-feira, 16 de Março de 2016, 11h:02 - A | A

As utopias de uma geração enlatada

Driely Pinotti

Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.

Um dia me disseram que nem tudo são flores.

Um dia me disseram que a humanidade é podre.

Um dia me disseram que vivo em um país democrático.

Um dia me disseram que o capitalismo poderia ter uma discrepância menor, caso o comportamento da sociedade mudasse.

Um dia me disseram que o socialismo não deu certo e que o comunismo nunca existiu.

Um dia me disseram que a classe política está ultrapassada.

Um dia me disseram que eu tenho direito de ir e vir e também de liberdade de expressão.

Um dia me disseram que os jovens são o futuro de uma nação.

Um dia me disseram que é preciso ser honesta e não deixar ser corrompida pela ganância.

Um dia me disseram que é preciso ter esperança na humanidade desumana.

Um dia me disseram que eu sou um grão de areia, mas que eu não podia me contentar com isso.

Um dia me disseram que o mundo vive em guerra pela paz há séculos.

Um dia me disseram que o poder é uma masturbação mental.

Um dia me disseram que é preciso reivindicar os direitos.

Um dia me disseram que o caminho seguindo há tempos é utópico.

Um dia me disseram que ser saco de pancada não é legal.

Um dia me disseram que a Educação é tudo.

Um dia me disseram que mudar é necessário, mas que nem todo mundo acreditaria nessa teoria.

Um dia me disseram que a aparência nem sempre demonstra a verdade.

Um dia me disseram que ser é mais legal do que ter.

Um dia me disseram que a forma que as leis são aplicadas no Brasil estão erradas.

Um dia me disseram que o sistema prisional é uma escola.

Um dia me disseram que amar o próximo e ter gentileza faz bem e isso pode virar uma epidemia.

Um dia me disseram que é ser idiota ao acreditar no Governo podre

Um dia me disseram que celebrar os Rombos dos cofres públicos é ser demente.

Um dia me disseram que os partidos existem para ser celebrados pelos burros.

Um dia me disseram que é machucar o coração ao aceitar a solidão de um país egoísta.

Um dia me disseram que morrer é aceitar a sociedade como é: assassina, corrupta, estupradora e desonesta.

Um dia me disseram que a pura seda trabalhou com dignidade e sem trapaças para conquistar essa categoria.

Um dia me disseram que o poder é sinônimo de soberba.

Um dia me deram um diagnóstico de louca por ter esperança e achar que o caminho seguido há anos é o errado, e pensar que a mudança não deve ser vista com medo.

 

 

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