A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil, que vai se basear na Europa por causa de um tratamento médico e que pedirá licença do mandato.
O anúncio foi feito 20 dias depois de Zambelli ser condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistemas de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo", afirmou a deputada em transmissão no YouTube.
Zambelli citou o correligionário, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também deixou o Brasil e se licenciou do cargo.
Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também."
A defesa da deputada disse não saber para onde ela foi.
A parlamentar disse, ainda, que não está abandonando o país. "Não é desistir da minha luta, pelo contrário, é resistir para poder continuar falando o que eu quero falar."
Em 14 de maio, Zambelli foi condenada por unanimidade pela invasão aos sistemas do CNJ e por falsidade ideológica. De acordo com a denúncia, ela orientou o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o sistema para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na decisão que condenou Zambelli, os ministros da 1ª Turma declararam a perda automática do mandato da deputada, com chancela da Mesa Diretora da Casa. Parlamentares avaliam, porém, que a decisão sobre a perda do mandato é do plenário da Câmara e não da Mesa Diretora.