Pela terceira vez em uma semana e às vésperas do início da vigência do tarifaço de Donald Trump, a embaixada da China em Brasília publicou postagens elogiosas ao café brasileiro, com o anúncio de habilitação de novas empresas exportadoras e acenos sobre o crescimento do consumo da bebida no mercado chinês.
A ofensiva de charme chinesa ocorre no momento em que o café brasileiro se prepara para pagar uma tarifa de 50% imposta por Trump. Um terço das importações americanas de café vem do Brasil. Isso aumentou a expectativa de exportadores sobre uma eventual exclusão da lista de setores e produtos afetados pelo tarifaço -- o que acabou não acontecendo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
✅ Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp
No sábado (2), a embaixada da China havia divulgado em seus perfis a habilitação de 183 novas exportadoras de café ao mercado do país asiático. A medida, segundo essa postagem, entrou em vigência no fim de julho e dura cinco anos.
Três dias antes, a embaixada celebrou que "o café vem conquistando espaço no dia a dia dos chineses" e lembrou que o consumo per capita ainda é de apenas 16 xícaras por ano, frente à média global de 240.
A menção aos dados estatísticos remete à lembrança, frequentemente difundida por autoridades dos dois lados, sobre a oportunidade representada pela China para o crescimento das exportações brasileiras de café: "Imagine se cada chinês beber uma única xicarazinha de café por dia".
No ano passado, a Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China, já havia anunciado um termo de compromisso prevendo a compra de 240 mil toneladas de café brasileiro entre 2025 e 2029.
Rival da americana Starbucks, a cadeia chinesa vem crescendo rapidamente: passou de 9 mil lojas em março de 2023 para mais de 21 mil lojas em setembro de 2024, segundo seus balanços.