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Segunda-feira, 22 de Agosto de 2016, 19h:36 - A | A

CASO DE POLÍCIA

Vereador é preso suspeito de liderar invasão a fazenda em Juruena

G1

O vereador de Juruena, Juracy Nascimento Santos (SD), conhecido como “Neguinho da 13 de Maio”, foi preso pela Polícia Civil no último domingo (21), suspeito de liderar a invasão de uma fazenda na região. Ele é investigado pela polícia na "Operação Rohden", batizada com o nome da fazenda invadida no início deste ano, que é propriedade da empresa Rohden Indústria Lignea.

Durante depoimento à polícia, o vereador negou o crime ou qualquer participação na invasão à fazenda Rohden. Conforme Juracy, ele compareceu ao local de invasão apenas como parlamentar, para tratar das questões sociais e ajudar as pessoas que se encontravam no local. O parlamentar é candidato à reeleição em Juruena.

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Segundo o delegado, tanto o vereador quanto um segundo suspeito tiveram os mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça, apontados como principais líderes da invasão.

A fazenda Rohden foi invadida por um grupo de aproximadamente 400 pessoas no dia 2 de abril deste ano. Os invasores, segundo os proprietários da terra, chegaram a derrubar árvores, queimar duas casas e dividir o terreno em lotes, que eram posteriormente vendidos a outras pessoas. A reintegração de posse da área chegou a ocorrer em 31 de maio, mas, em 23 de junho, os invasores voltaram a ocupar o terreno.

A operação da polícia foi conduzida pelo delegado de Juína, Rodrigo Costa Rufato, e envolveu 60 policiais civis e militares. Conforme o delegado, o primeiro inquérito envolvendo a fazenda Rohden foi concluído há alguns dias com o indiciamento de cerca de 40 pessoas por associação criminosa armada, crimes contra o meio ambiente, esbulho possessório (invasão) e desobediência à ordem judicial – esse último porque a área foi desocupada e novamente invadida.

Conforme o delegado, além desses quatro crimes, o vereador também deve responder incitação a cometimento de crime. “No curso da investigação desse inquérito, apuramos que ele [vereador] foi o principal responsável por criar a situação e, assim como o suspeito que está foragido, um dos principais líderes da invasão. Há outros líderes, menos influentes, mas eles dois são os principais”, disse o delegado, em entrevista ao G1.

Ao todo, 12 buscas domiciliares foram cumpridas pela polícia na residência de 12 líderes identificados pela polícia, que teriam portado arma na fazenda invadida ou que manteriam armas em suas residências. “Essas buscas foram necessárias porque, inclusive, já chegou a ter troca de tiros na fazenda”, afirmou o delegado.

Durante o cumprimento desses mandados, três pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal  de arma de fogo e foram apreendidos três revólveres calibres 38 e 32, uma espingarda calibre 22, centenas de munições e itens operacionais, como coldres, carregadores, pólvora, canivete e uma luneta.

Motivo da invasão

Segundo o delegado, outros inquéritos que apuram a invasão da fazenda já foram instaurados e seguem em andamento, para identificação de outras pessoas envolvidas no crime. Conforme Rufato, o motivo da invasão da fazenda ainda não foi esclarecido, mas há suspeita de que tenha cunho eleitoral.

Segundo os proprietários da área, o terreno estava sendo dividido pelos grileiros em lotes que eram, na sequência, comercializados ilegalmente. Para o empresário Fellipe Stühler, um dos proprietários da terra invadida, o vereador apenas incitou a invasão por se tratar de um ano eleitoral.

“Já sabíamos desde o começo que ele [vereador] estava por trás disso tudo. No primeiro boletim de ocorrência que registramos quando recebemos ameaça de invasão da propriedade, o nome dele foi citado. É ano de eleição e ele quer fazer voto em cima das coisas dos outros. Se ele conseguisse assentar aquelas 200 famílias que invadiram o local em abril, ia conseguir garantir uns 600 votos”, afirmou.

Os donos da fazenda Rohdn já pediram o revigoramento da liminar que garante a reintegração de posse da área para que as 60 famílias que voltaram a invadir a fazenda sejam despejadas. De acordo com Stühler, a prisão de um dos líderes do movimento ainda não é uma solução para o problemas, mas é visto como um “avanço para desarticular a quadrilha”.

Os proprietários pretendem, também, reforçar a segurança da área assim que a nova reintegração de posse for feita. No entanto, eles lamentam a situação atual da fazenda que, segundo eles, é a única área de Mato Grosso a possuir o selo verde de certificação internacional do Conselho de Manejo Florestal – Forest Stewardship Council (FSC).

 

“É triste ver como estão derrubando tudo, ateando fogo na área. Desde 1992 possuímos essa área e sempre lutamos com 100% de cobertura vegetal, sempre com manejo. Lutamos tanto, por tantos anos, geramos emprego e renda, nunca derrubamos nada e, agora, ficou um buraco. Vamos ter que começar do zero”, lamentou.

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