Um tatuador foi preso na noite dessa terça-feira (28) em Rondonópolis depois que a polícia encontrou duas cobras no estúdio de tatuagem dele. Segundo a Polícia Ambiental, José André Tavares criava os animais silvestres sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O G1 tenta localizar a defesa do tatuador.
A polícia foi até o local depois de receber uma denúncia de que o tatuador teria abusado sexualmente de uma cliente dele. E durante a ocorrência encontrou as cobras das espécies jiboia e corn snake (cobra-do-milho), originária dos Estados Unidos.
As cobras foram apreendidas. A jiboia, que pertence à fauna silvestre nacional, vai ser solta numa área de mata. Já o destino da outra vai depender de uma decisão dos órgãos ambientais.
No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar conta que durante rondas no Bairro Cophalis, a polícia encontrou o namorado da cliente dizendo que ela tinha sofrido uma tentativa de estupro e que o suspeito estava no local no crime, ou seja, no estúdio de tatuagem.
DENÚNCIA DE ABUSO SEXUAL
A vítima disse à polícia que tinha marcado um horário no estúdio do suspeito para fazer uma tatuagem e que, quando chegou no estabelecimento com o namorado, o suspeito impediu a entrada dele ao local alegando que a medida era para a prevenção da Covid-19.
Desse modo, o namorado ficou do lado de fora do prédio e deixou a vítima sozinha com o suspeito.
Na sala de recepção, segundo a denúncia, o suspeito pediu que a vitima ficasse nua e sentada, para que pudesse identificar o melhor posicionamento para a tatuagem. Em seguida, de acordo com o boletim de ocorrência, começou a acariciá-la nas pernas, aproximando das nádegas, "e por vezes abrindo as pernas da mesma aonde tornava exposta seu órgão genital".
No entanto, segundo a vítima disse à polícia, não havia necessidade dela tirar toda a roupa, pois a tatuagem era na parte de trás da coxa. Os abusos aumentaram.
Quando percebeu que a vítima estava apavorada, ele tentou disfarçar e a convenceu a permanecer no local para fazer a tatuagem, mas ela saiu da sala correndo.
Depois de receber a denúncia, a polícia foi até o local. O suspeito estava lá e tentou sair pelos fundos. Por causa disso, a Policia Militar forçou a abertura da porta principal.
O tatuador estava no telhado da casa. Ele foi detido e algemado.
No imóvel, onde ele morava e mantinha o estúdio, a polícia identificou que ele criava duas cobras em cativeiro, além de identificar que ele tinha itens bélicos (espoletas e pólvora preta) usados para carregar cartuchos.
Em seguida, foi realizada uma revista nas dependências do prédio. Conforme o BO, foi encontrado um tablete de maconha, balanças de precisão, dinheiro trocado, uma espingarda com munições calibre.22, flechas e uma machadinha.
Como foram encontrados animais silvestres, a PM chamou a Polícia Ambiental para ir até o local e recolher os animais.
O suspeito foi encaminhado à delegacia de Polícia Civil.
O sistema de circuito de câmeras do estúdio foi apreendido para que as imagens possam ajudar na investigação de tentativa de estupro denunciada pela cliente.