O trabalhador rural que foi preso nesta sexta-feira (3) suspeito de ter matado quatro pessoas em Novo Mundo, a 974 km de Cuiabá, se passava por pastor da Igreja Pentecostal para se aproximar das vítimas. Segundo a Polícia Civil, o suspeito, conhecido como "Carreirinha", tem 35 anos e usava da falsa profissão para conquistar a simpatia das vítimas antes de cometer os crimes.
O suspeito foi preso em um hotel em São José do Rio Claro. Segundo a Polícia Civil, os quatro crimes foram cometidos nos últimos seis meses. O falso pastor conquistava a confiança das vítimas, a maioria idosos, antes de roubá-las. Em seguida, o suspeito matava as vítimas enforcadas e ateava fogo aos corpos para dificultar a identificação e a investigação, de acordo com a polícia.
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A polícia apurou que o homem realmente já foi pastor da Igreja Pentencostal, mas ainda se apresentava dessa forma entre os sitiantes da zona rural de Novo Mundo, onde escolhia as suas vítimas.
Segundo a polícia, o suspeito morava em Novo Mutum há cerca de quatro anos e conhecia, de alguma forma, todas as vítimas. Após a prisão, ele foi encaminhado para Guarantã do Norte, a 721 km de Cuaibá, e vai responder pelo latrocínio das quatro vítimas.
Crimes
As investigações apontam que o primeiro crime ocorreu em dezembro de 2015, quando um aposentado foi morto dentro da própria casa, que depois foi incendiada. O suspeito roubou a senha e o cartão da aposentadoria da vítima e passou sacar o benefício todos os meses, sendo o último saque realizado em maio de 2016. Ele conheceu a vítima quando foi até o sítio dela para comprar um motor de barco e o idoso, ingenuamente, comentou que estava juntando dinheiro.
Em abril de 2016, um casal de idosos foi encontrado carbonizado dentro da residência, em um sítio na zona rural de Novo Mundo. A casa foi totalmente incendiada depois das vítimas terem a senha e o cartão do banco roubados. O casal tinha cerca de R$ 100 mil guardados.
Conforme a polícia, o criminoso já conhecia o casal e, depois de um desentendimento, novamente se aproximou do casal já com intenção de matar e roubar o dinheiro. Ele começou a efetuar saques bancários, até que a família das vítimas percebeu a movimentação e bloqueou o cartão. Entre saques, compras e transferências bancárias, o suspeito roubou aproximadamente R$ 15 mil.
Ele foi identificado pelas câmeras de segurança do banco e, depois, em uma loja na cidade de Sinop, a 503 km da capital, onde havia feito compras com o cartão do casal de idosos.
Último latrocínio
A quarta vítima do suspeito, segundo a polícia, foi um sitiante. Ele foi assassinado em 28 de maio, após ser rendido na chácara e levado junto com a sua caminhonete Frontier vermelha, que foi abandonada em Colíder, a 648 km da capital. O corpo da vítima foi encontrado na BR-163, sentido Pará, a cerca de 38 quilômetros de Novo Mundo.
O suspeito também roubou o cartão dessa vítima idoso e tentou sacar o dinheiro. De acordo com o núcleo de inteligência da Delegacia de Guarantã do Norte, sempre após cometer os crimes, o suspeito fugia para Goiás, onde permanecia na casa de uma namorada, na cidade Rio Verde.
Conforme o delegado Geraldo Gezoni, que investiga o caso, o criminoso transferiu dinheiro da conta do casal para a conta da primeira vítima e teria feito a mesma coisa no último crime. Durante a prisão do suspeito, a polícia encontrou o cartão da primeira vítima e celulares dos idosos e da quarta vítima.