A queda do avião bimotor que carregava mais de 50 quilos de drogas, em uma fazenda próxima ao município de Paranatinga (373 km ao Norte de Cuiabá), pode ter sido ocasionada por falha no motor.
A principal hipótese para o acidente é que o piloto da aeronave tenha perdido o controle após problemas mecânicos, segundo informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
De acordo com a Polícia Militar, o acidente com a aeronave aconteceu por volta de 11h, na sexta-feira (14). O piloto estava sozinho no bimotor e morreu carbonizado.
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A propriedade rural onde a aeronave caiu fica a cerca de 90 quilômetros de Paranatinga, nas proximidades da rodovia MT-130, no sentido do distrito de Santiago do Norte.
No sábado (14), representantes da Cenipa e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foram ao local para auxiliar na identificação da aeronave e do piloto.
Por se tratar de um caso de tráfico, a investigação do acidente tornou-se responsabilidade da Polícia Civil.
De acordo com o investigador do Cenipa, Luiz Gustavo Bustamante, o bimotor tinha registro brasileiro e era do modelo Beechcraft Baron. Ele explicou que a análise inicial aponta que a aeronave teve falha mecânica.
“Preliminarmente, analisando pelos destroços, acredito que a aeronave teve uma falha no motor, fato que complicou o voo”, disse.
“O avião desceu em um ângulo pequeno, sem controle da posição da hélice. Havia uma grande assimetria, um lado estava puxando mais que o outro”, completou.
O estado em que ficou o bimotor, após ter caído, dificultou que a Cenipa conseguisse obter informações conclusivas sobre o veículo.
“Não conseguimos identificar as placas, porque elas foram queimadas durante o acidente. Também não conseguimos outras informações, por causa do estado em que se encontrava a aeronave”, disse.
A identidade do piloto e questões referentes à aeronave e seu proprietário deverão ser respondidas pela Polícia Civil.
“As investigações vão descobrir os registros da aeronave, para identificar quem era o piloto e todas as outras informações sobre o caso”, afirmou.
Conforme o investigador, o local de origem e o destino final da aeronave também deverão ser esclarecidos no inquérito policial.
“Normalmente, a Cenipa faz investigações sobre acidentes aéreos, mas não em casos de crime, como é essa situação. Visamos a prevenção de acidentes, mas não em casos fora da lei”, justificou.
O representante da Cenipa informou ter dúvidas se o homem que conduzia a aeronave com mais de 50 kg de cocaína possuía registro de piloto.
Conforme o especialista, alguém que tivesse habilitação para conduzir a aeronave provavelmente conseguiria reverter a assimetria.
“O piloto da aeronave tem que ser treinado, para não perder o controle. Não sabemos se ele realmente tinha habilitação”, declarou.
Rota de tráfico aéreo
No sábado (14), o major Gibson Almeida Costa, da Polícia Militar de Paranatinga, informou que deverão ser analisadas questões referentes à possibilidade de o município ser rota de tráfico aéreo.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que informou aguardar a necropsia do corpo para confirmar a identidade do piloto do bimotor.
A Polícia Federal também está auxiliando nas apurações sobre o acidente e a origem do avião.
50 kg de cocaína
Na sexta-feira (13), após ir ao local do acidente, o major Gibson Almeida Costa, da Polícia Militar de Paranatinga, informou que a cocaína encontrada no local estava próxima à aeronave.
Ele disse que a quantidade carregada deveria ser superior aos 50 quilos, que foram achados perto do avião, pois parte do entorpecente pegou fogo durante a queda.
“Percebe-se, no local, que muito entorpecente foi queimado quando a aeronave pegou fogo. Mas ainda conseguimos retirar uma grande quantidade de entorpecente no entorno do avião”, disse o oficial.
O major revelou que a PM ficou sabendo do acidente através de denúncia realizada no prefixo 190, por um fazendeiro que estava em uma área próxima ao acidente.
“Agora, o trabalho sobre o caso vai ser feito pela Polícia Civil, que vai receber os entorpecentes, e pela Polícia Federal. Elas devem acompanhar toda a perícia e esclarecer os fatos”, afirmou.
Toda a quantidade de cocaína apreendida no local foi retirada da região com ajuda da Força Tática, explicou o major.
“Retiramos os entorpecentes do local, até por questões de segurança. Também fizemos a apreensão e registramos um Boletim de Ocorrência sobre esse caso”, completou.