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LAVAGEM DE DINHEIRO

PF prende 2 pessoas com armas em operação contra lavagem de dinheiro

PF cumpre 48 mandados durante a 11ª fase da operação Ararath em MT

G1/MT

Duas pessoas foram presas pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (2), por posse ilegal de arma de fogo, durante o cumprimento de 45 mandados de busca e apreensão da 11ª fase da operação Ararath. Segundo a PF, um dos presos estava com um revólver calibre 357, de uso restrito das Forças Armadas, crime que não cabe fiança.

A atual fase da operação apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis no nome de terceiros, com dinheiro oriundo de crimes financeiros e corrupção investigados nas fases anteriores da operação. Pelo menos cinco pessoas foram ouvidas hoje na sede da PF, em Cuiabá, sendo três por força de condução coercitiva e duas por intimação.

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Segundo o delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho, do Núcleo de Inteligência da PF, os imóveis teriam sido comprados entre os anos de 2011 e 2014 e o foco dessa fase da investigação é colher provas e apurar a responsabilidade das pessoas envolvidas nessas transações imobiliárias.

“Até agora o que nós temos são investigados que enriqueceram de algum modo ilicitamente, mediante atos que podem ser enquadrados em crimes de corrupção e envolvimento em crimes financeiros, que é a intermediação de recursos de terceiros à margem de autorização do Banco Central, e a aplicação desses recursos na aquisição de imóveis em nome de terceiros”, disse.

Segundo o delegado, 44 empresas do ramo de promoção imobiliária e de compra e venda de imóveis são alvos de mandados de busca e apreensão por supostamente não terem comunicado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sobre as compras e vendas de imóveis feitas pelos investigados na operação Ararath. Tal comunicado, segundo o delegado, consta em lei e é uma obrigação de todas as empresas do setor.

“Esse segmento é muito importante na economia do país e tem uma função econômica e uma função social. Parte dessa função social se reflete na obrigação que as empresas tem, por lei, de comunicar ao COAF toda operação suspeita que envolva a compra e venda imóveis. Então, essa fase da operação foca na necessidade de apurar a responsabilidade daqueles que eventualmente deixaram de cumprir com esse dever legal”, explicou o delegado.

Conforme o delegado, durante as investigações foi feito o rastreamento dos recursos dos investigados, o que fez com que a PF chegasse até às empresas alvos dessa fase da operação. Segundo ele, assim como em outras etapas da Ararath, há indícios de que os recursos ilícitos tenham sido usados pelos investigados para o financiamento de campanhas eleitorais.

“Quando você trabalha com investigação de lavagem de dinheiro, você tem como indícios os crimes antecedentes que os investigados praticavam, como corrupção e crime contra o sistema financeiro, e você rastreia o dinheiro e as operações financeiras. Foi feito o rastreamento dos recursos dos investigados até chegar ao ponto que estamos agora”, disse.

Ararath

A operação Ararath, deflagrada em 2013 em Mato Grosso, investigou crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, por meio de 'bancos clandestinos'. Nas várias fases da operação, foram presos políticos e empresários do estado.

Em maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a anunciar o fim da força-tarefa da operação, que envolveu também o Ministério Público Federal. Segundo a PF, isso não impede, porém, que as investigações tenham continuidade. Atualmente, conforme a polícia, há seis ações penais da Ararath em curso e 14 inquéritos instaurados.

“Atualmente, considero que estamos entre a fase inicial e o meio de toda a operação. Ainda há muitas coisas por vir”, disse o delegado Wilson Rodrigues.

Na época, o MPF disse que, durante a Ararath, foram indisponibilizados quase R$ 500 milhões e que o empresário Gércio Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, que fez acordo de delação premiada, devolveu R$ 8 milhões e que, até dezembro deste ano, deverá devolver mais R$ 4 milhões.

 

Um dos acusados, o ex-secretário estadual da Casa Civil e da Copa, Éder Moraes, foi condenado pela Justiça Federal pelo crime de lavagem de dinheiro investigado na operação Ararath.

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