Ele já foi preso três vezes. Na quinta fase da operação, em maio de 2014, e em abril de 2015, por suspeita de ocultação de bens que são objetos de investigação.
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Em outra fase da operação, no dia 25 de novembro, Eder foi novamente levado para prestar depoimento por ter conseguido ostentar um padrão de vida “luxuoso” em Cuiabá, totalmente incompatível com sua atual condição financeira. Conforme a PF, o ex-secretário não tinha renda declarada, não tinha cargo público e mesmo com as contas bancárias bloqueadas, o ex-secretário conseguia 'manter' os negócios em dia.
Esquema
O esquema fraudulento teria sido o maior da história de Mato Grosso, conforme o próprio Eder Moraes.
Em um pedido de representação falsificado, o ex-secretário de Fazenda diz que o esquema criminoso, o qual teria intermediado junto a instituições bancárias, banco clandestino e políticos, foi o maior de todos os tempos. Com esse documento que pedia a prisão preventiva dele, Éder tinha a possível intenção de ameaçar os políticos que também teriam envolvimento com o crime, segundo a denúncia do MPF.
As investigações do MPF e PF apontam que Éder Moraes era o grande operador do esquema e, para isso, teria 'carta branca' do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR-MT).
Por meio das empresas de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, eram feitos empréstimos junto a instituições bancárias, entre elas o Bic Banco, em benefício de Silval e Maggi para alimentar o que ele chamava de 'sistema', o qual sustentava os acordos políticos e financiava campanhas eleitorais. Todos negam participação nesse esquema.
O ex-secretário de estado, Éder Moraes, foi preso nesta sexta-feira (3) pela Polícia Federal por violar as regras para o uso de tornozeleira eletrônica, menos de um mês depois de ter sido solto. A PF informou que ele foi levado para a Superintendência do órgão e deverá encaminhado para a Justiça Federal para uma audiência. Éder ocupou cargos de secretário de Fazenda, de presidente da extinta Agência da Copa (Agecopa) e de secretário-chefe da Casa Civil do estado. O G1 tentou, mas não conseguiu ouvir a defesa dele até a publicação desta reportagem.
A prisão foi determinada pela Justiça Federal. Depois de deixar a PF, ele deve ser levado novamente ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), onde já ficou preso.
Réu em um processo que tramita na Justiça Federal sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro apurados no âmbito da Operação Ararath, desde novembro de 2013, o ex-secretário havia deixado a prisão no dia 9 do mês passado após o Supremo Tribunal Federal (STF) revogar o mandado de prisão preventiva contra ele.
Nessa última vez em que foi preso, ele passou cinco meses no Centro de Custódia de Cuiabádepois de violar por 92 vezes as regras de utilização da tornozeleira eletrônica, num período de 60 dias. A Polícia Federal declarou, à época, que o ex-secretário chegou a passar até 4 horas e 40 minutos com a tornozeleira descarregada, o que não é permitido.
Éder Moraes é apontado como um dos principais operadores do esquema, que teria envolvido políticos de alto escalão do estado ao longo de anos em operações financeiras clandestinas com as mais diversas finalidades.
No ano passado, ele e o ex-superintendente do Bic Banco no estado, Luis Carlos Cuzziol, foram condenados por lavagem de dinheiro e operação de instituição financeira sem a devida autorização. Éder foi condenado também por falsificação de documentos públicos.