Preso preventivamente desde outubro de 2015, o ex-deputado José Riva apresentou atestado médico e deixou de prestar depoimento em nove ações referentes à Operação Arca de Noé, na tarde de quarta-feira (3), na Sétima Vara Criminal de Cuiabá. Além dessas ações, o acusado deixou ainda de comparecer a audiência de instrução referente à Operação Ventríloquo, na mesma Vara, no qual também estava previsto depoimento do réu, após as oitivas das testemunhas. Entretanto, uma delas deixou de comparecer.
Nas 10 ações, José Riva é acusado de ter desviado dinheiro dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, na qual exerceu o cargo de parlamentar durante 20 anos e da qual também foi presidente. Conforme atestado de dois médicos, um deles do Centro de Custódia de Cuiabá, onde o ex-deputado está preso, o réu está com crises de pressão alta e vertigem, e vai precisar ficar em repouso por pelo menos sete dias.
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Conforme a juíza Selma Rosane dos Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal, análise das ações penais das quais Riva é réu apontam que essa foi a terceira vez que o ex-deputado apresentou atestado médico alegando problemas de saúde. Por meio de nota, a defesa de José Riva informou que o acusado não tem qualquer intenção de faltar as audiências e que, somente em 2016, compareceu três vezes à referida vara criminal.
Riva foi preso quatro vezes entre 2014 e 2015, sendo uma delas pela Polícia Federal durante a operação Ararath. As outras prisões foram nas operações Imperador, Ventríloquo e Célula Mãe, do Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado). Ele já tem condenações na Justiça estadual por atos de improbidade administrativa.
Arca de Noé
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em 2002 contra o crime organizado em Mato Grosso. José Riva é um dos réus das ações decorrentes da Arca de Noé. Ele responde por peculato e lavagem de dinheiro, acusado de ter criado empresas fantasmas que forjaram serviços prestados à Assembleia Legislativa, a fim de desviar recursos públicos da Casa de Leis. Os crimes teriam sido cometidos entre 1999 e 2002.
Ventríloquo
Na ação penal decorrente da operação Ventríloquo, Riva também é acusado de corrupção na ALMT. O ex-deputado teria desviado, com outros réus (um deles ex-secretário-geral da Assembleia), R$ 10 milhões do legislativo para pagamento de uma dívida antiga com um banco.
Na audiência dessa quarta-feira, deveriam ter sido ouvidas duas testemunhas e, na sequência, José Riva. Entretanto, uma das testemunhas está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e não pode comparecer à Sétima Vara Criminal.