O número de crimes de pistolagem em conflitos agrários em Mato Grosso aumentou 637% em apenas um ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pela Comissão Pastoral da Terra de Mato Grosso. Segundo o levantamento da comissão, 1.423 casos foram registrados em 2015, contra 193 ocorrências em 2014.
Os dados também apontam crescimento de quase 59% nas ocorrências de conflitos agrários no mesmo período, sendo 62 casos registrados no ano passado, envolvendo mais de 30 mil famílias. Ao todo, conforme a pastoral, nos últimos 30 anos, 125 já foram assassinadas durante disputas por terras no estado.
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Devido aos conflitos, pelo menos 320 famílias foram obrigadas a deixarem a terra onde viviam por causa de ameaças de fazendeiros que reivindicam a posse dos terrenos, enquanto outras 3,4 mil vivem sob risco constante, conforme a pastoral. Segundo o coordenador da CPT-MT, Cristiano Cabral, os conflitos mais graves registrados em Mato Grosso ocorrem no norte do estado e na região do Araguaia.
“As terras são públicas, pertencem ao estado ou à união. Quando sabem que a terra é pública, os camponeses se veem no direito de ocuparem aquele lugar, mas os latifundiários, que também brigam pela posse da terra, se acham no direito de defender o espaço por meio de [crimes de] pistolagem”, afirmou.