A Grande Cuiabá registrou, no início da tarde desta segunda-feira (11), o índice de 12% de umidade relativa do ar. A medição foi realizada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudo Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) por volta das 14h30 [horário de Mato Grosso]. O registro enquadrou a cidade na classificação de estado de alerta, situação que é prejudicial para a saúde.
Ainda no meio da tarde, o índice subiu para 19% e assim permaneceu até às 18h, quando alcançou 29% de umidade relativa do ar. Além de prejudicar a saúde, o tempo seco desta época favorece para o aumento no número de incêndios.
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De acordo com José Pedro Zanetti, coordenador da Defesa Civil de Cuiabá, os números marcados nesta tarde possivelmente são os menores do ano e o órgão faz algumas recomendações para a população.
“Nós recomendamos que as pessoas diminuam a exposição ao sol e evitem realizar exercícios físicos ao ar livre. Além disso, é importante que as famílias coloquem toalhas molhadas ou baldes de água em casa para que o ambiente fique um pouco mais úmido. É indispensável, ainda, que todos se hidratem bebendo muita água em períodos assim”, explicou.
De acordo com Organização Mundial da Saúde, valores da umidade relativa do ar abaixo de 60% não são ideias para a saúde humana. A classificação do órgão internacional indica que a região que registra entre 21% e 30% pode ser enquadrado no nível de estado de atenção.
Já quando os índices oscilam entre 12% e 20%, a região é considerada em estado de alerta. Em caso de registros abaixo de 12%, o órgão classifica a situação como estado de emergência e recomenda, entre outras coisas, a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados, como salas de aulas, entre 10h e 16h.
Doenças respiratórias
O pneumologista Lucas Bello explicou que essa condição do ar favorece o surgimento de crises asmáticas, por exemplo. “Esse ar seco acaba desencadeando processos irritativos e manifestações alérgicas. Ele [ar seco] causa ressecamento da mucosa respiratória e quebra as barreiras naturais que nos defendem de vírus e bactérias. Por causa disso ficamos mais vulneráveis”, explicou.
O médico afirmou que a baixa umidade é prejudicial a todos, mas causa mais danos a quem já possui histórico de doenças respiratórias. Segundo ele, o quadro apenas piora com o aumento de incidência de queimadas, que cobrem o céu de fumaça.
Queimadas
Segundo dados do Inpe, de 1º de janeiro até o dia 10 de julho, Mato Grosso registrou 7.401 casos de queimadas. O índice, que representa um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado, deixa o estado na liderança no ranking de queimadas.
Somente nos dez primeiros dias deste mês foram registrados 566 focos de calor no estado, segundo o satélite referência do Inpe. Os municípios de Paranatinga (41) e Gaúcha do Norte (38) são os mais críticos.
Segundo o levantamento do Corpo de Bombeiros, a maioria dos focos de calor estão concentrados em propriedades privadas. O restante é distribuído em projetos de assentamento, terras indígenas e unidades de conservações federais e estaduais.