A Polícia Civil desencadeou na manhã desta quinta-feira (10), a Operação Hidra de Lerna, na qual cumpre 15 mandados de prisão preventiva e 18 de condução coercitiva, de servidores do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e despachantes, que participaram de fraudes no órgão.
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De acordo com informações, os investigados "esquentavam" a documentação de carros roubados, tornando-os regulares. A ação criminosa ocorreria também no sistema de vistoria dos veículos e desta forma tornava "regularizava" os carros roubados. Foi neste setor que as irregularidades foram descobertas o que gerou a investigação. Os servidores em questão também vendiam a suspensão de multas e "zeravam" os pontos na carteira de habilitação de motoristas.
Os investigados estão sendo encaminhados para a sede da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA). As investigações ocorrem desde 2015. Eles estão prestando depoimento e devem ser encaminhados à prisão.
Os crimes de corrupção ocorriam através de duas organizações criminosas, que agiam nas agências do Detran de Várzea Grande e Nossa Senhora do Livramento. Os despachantes coptavam os "clientes" e encaminhavam para os servidores acusados de promovem as fraudes.
Os mandados estão sendo cumpridos por 160 policiais em Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e outros municípios da baixada cuiabana.
Até o momento 14 pessoas já foram presas.
Investigados do esquema em Várzea Grande
O CASO
A operação, denominada “Hidra de Lerna” (animal da mitologia grega, com corpo de dragão e nove cabeças de serpentes, hálito venenoso e que se regenerava), foi desencadeada depois de investigações da Derrfva e do Núcleo de Inteligência da Regional de Cuiabá.
O trabalho é acompanhado pela Corregedoria do Detran e a Coordenadoria de Fiscalização de Credenciados, que deram total apoio durante as apurações da Especializada em Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva). Uma ação semelhante foi desencadeada na quarta-feira (09), em Comodoro (644 km a Oeste), culminando na prisão do chefe da 42ª Ciretran e de seu pai, por esquema criminoso montado naquela unidade de trânsito.
INVESTIGAÇÕES
As investigações, que tiveram outras operações já desencadeadas, evoluíram chegando a descoberta de uma esquema maior na 5ª Circunscrição Regional de Várzea Grande (Ciretran), onde despachantes vendiam facilidades para que terceiros tivessem veículos com irregularidades vistoriados por servidores da unidade como se fosse carro regular, conforme a legislação de trânsito.
Outro “serviço” prestado era denominado “vip” e consistia no pagamento de propina para antecipar agendamentos de vistoria veicular. O valor cobrado variava entre R$ 50 a 100, por veículo.
O esquema ia ainda além. Quando os benefícios não eram obtidos em Várzea Grande, os supostos clientes eram direcionados a procurar a Agência Municipal de Trânsito de Nossa Senhora do Livramento, que entre os serviços criminosos prestados estava à suspensão de multas de trânsito e pontos na carteira de habilitação, junto a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), ligada a Prefeitura de Cuiabá.
Os mandados foram expedidos pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Investigados por fraudes em Nossa Senhora do Livramento.
EFETIVO
A operação Hidra em Cuiabá conta com a participação de 160 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, lotados na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), Delegacia de Roubos e Furtos (Derf), Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Delegacia do Adolescente (DEA), Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DDM), Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Fazendária (Defaz), Delegacia do Meio Ambiente (Dema), Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande 1ª Delegacia de Polícia – Centro de Várzea Grande.