Um grupo de oito ex-ministros do Meio Ambiente divulgou nesta quarta-feira (8) um manifesto com críticas à atual política ambiental do governo Jair Bolsonaro, comandada pelo ministro Ricardo Salles.
No texto, os ex-ministros Rubens Ricupero, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc, Izabella Teixeira, José Sarney Filho e Edson Duarte reclamam que as atuais políticas para o Meio Ambiente "vão na direção oposta" à da promoção da "consolidação e o fortalecimento da governança ambiental e climática". Para o grupo, as iniciativas em curso "comprometem a imagem e a credibilidade internacional do país".
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"A governança socioambiental no Brasil está sendo desmontada, em afronta à Constituição", protesta o grupo. "Estamos assistindo a uma série de ações, sem precedentes, que esvaziam a sua capacidade de formulação e implementação de políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente."
Dentre as políticas que promovem esse "esvaziamento", os ex-ministros listaram o que chamaram de "perda" da Agência Nacional de Águas, a extinção da secretaria de mudanças climáticas e a "ameaça de 'descriação' de áreas protegidas", além do "apequenamento" do Conselho Nacional do Meio Ambiente e de extinção do Instituto Chico Mendes.
No manifesto divulgado após evento realizado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, na capital paulista, os ex-ministros contestam também a postura adotada pelo governo quanto ao Acordo de Paris – do qual o novo governo ameaçou sair, mas acabou optando pela manutenção da assinatura.
"A decisão de manter a participação brasileira no Acordo de Paris tem a sua credibilidade questionada nacional e internacionalmente pelas manifestações políticas, institucionais e legais adotadas ou apoiadas pelo governo, que reforçam a negação das mudanças climáticas partilhada por figuras-chave da atual administração", reclama o grupo.